Aeroportos privatizados na terceira rodada de leilões do governo Dilma

Hoje em Dia
23/11/2013 às 08:20.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:19

Como previsto, foi um sucesso o leilão de concessão do Aeroporto Tancredo Neves, em Confins. O Grupo CCR, criado por herdeiros dos fundadores de três importantes construtoras brasileiras – a mineira Andrade Gutierrez e as paulistas Camargo Corrêa e Serveng – venceu a disputa, no leilão viva voz da Bovespa, em consórcio com duas operadoras alemãs de grandes aeroportos internacionais.

O lance mínimo no aeroporto de Confins era de R$ 1,1 bilhão. O consórcio formado pelas empresas vencedoras – o AeroBrasil – começou com um lance de R$ 1,4 bilhão e acabou pagando ágio de 66% sobre o preço mínimo para ter o direito de explorar o aeroporto por 30 anos. Ele precisou disputar, na etapa de viva voz, numa sucessão de três lances, com o Consórcio Aliança Atlântica, que perdeu por uma diferença pequena.

Também não foi surpresa o interesse de investidores privados pelo aeroporto do Galeão, no Rio, arrematado pelo consórcio Aeroportos do Futuro, por R$ 19 bilhões – um ágio de quase 294%. Com esse resultado, o governo, que esperava embolsar pelo menos R$ 5,9 bilhões com a concessão dos dois aeroportos, receberá mais de R$ 20,8 bilhões.

Esta foi a terceira rodada de leilões de aeroportos no governo Dilma Rousseff. Não se viram tentativas de última hora para suspender o evento, exceto uma do Ministério Público Federal, a pretexto de falhas no edital sobre segurança no aeroporto do Galeão, ação logo rejeitada pela Justiça. Desse modo, ao contrário da maioria dos voos que saem ou chegam aos aeroportos, o leilão começou na hora marcada, às 10h, e terminou em pouco mais de hora e meia.

No Galeão, o consórcio vitorioso foi formado pela Odebrecht TransPort e pela Changi Airport, administradora do aeroporto de Cingapura, um dos maiores do mundo, e que terá participação de 40%, contra os 25% das operadoras estrangeiras vitoriosas em Confins. Nos dois aeroportos, a Infraero terá 49% de participação. Assim, o governo federal não se exime da responsabilidade, caso o sistema adotado não seja o sucesso esperado por quem deseja um transporte aéreo eficiente.

Tampouco os governos locais. De certo modo, têm decepcionado, até agora, as medidas tomadas pelo governo de Minas e pela prefeitura de Belo Horizonte para facilitar o acesso a Confins. São muitos os casos em que o usuário gasta mais tempo no percurso até o aeroporto, do que no voo.

Ontem se noticiou que novas obras de ampliação serão feitas no Boulevard Arrudas. Portanto, dentro de um ano e meio, haverá menos atrasos para quem deixa o centro da capital, de carro ou ônibus, rumo a Confins. Tal como o prometido em março de 2007, quando o governador Aécio Neves e o prefeito Fernando Pimentel inauguraram a conclusão da primeira etapa da Linha Verde – esse Boulevard –, para melhorar o acesso ao aeroporto.

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