Afeganistão acusa serviços secretos estrangeiros de ataque em Cabul

Edouard Guihaire - AFP
19/01/2014 às 17:24.
Atualizado em 20/11/2021 às 15:27

(Johannes Eisele)

CABUL - Serviços secretos estrangeiros estão "por trás" do ataque suicida que causou a morte de 21 pessoas na última sexta-feira, em Cabul, afirmou neste domingo o Conselho de Segurança Nacional afegão, presidido pelo presidente Hamid Karzai.

"Ataques desse tipo, tão complexos e sofisticados, não podem ser obra dos talibãs sozinhos", afirmou a presidência afegã, no que parece ser uma acusação contra o Paquistão, país vizinho.

"Não há nenhuma dúvida de que serviços secretos estrangeiros" estão "por trás de tais ataques", acrescentou.

Com frequência, o Afeganistão acusa o Paquistão de apoiar a rebelião dos talibãs para defender seus interesses estratégicos na região.

Apesar de ter apoiado os talibãs desde o início e durante os cinco anos em que governaram o país vizinho (1996-2001), o Paquistão rejeita essas acusações. Depois da queda de seu governo, muitos dos principais líderes talibãs se refugiaram no Paquistão.

Na última sexta, 21 pessoas, entre elas 13 estrangeiros, morreram em um atentado cometido por talibãs no restaurante "Taberna do Líbano", muito frequentado por ocidentais. Entre as vítimas, há três americanos, dois britânicos, dois canadenses, dois libaneses, uma dinamarquesa e um russo.

O ataque reivindicado pelos talibãs foi condenado pela comunidade internacional.

Neste domingo, mais de 100 pessoas caminharam pelas ruas de Cabul, gritando "não ao terrorismo".

Presente na manifestação, o porta-voz do Ministério afegão do Interior, Sediq Sediqqi, anunciou que foi aberta uma investigação para determinar como foi possível que o comando furasse os inúmeros bloqueios de segurança existentes em Cabul.

Três autoridades policiais, responsáveis pela segurança do bairro onde o atentado foi cometido, foram suspensos e "serão interrogados", declarou o porta-voz.

O ataque contra o restaurante foi o mais letal contra civis estrangeiros no Afeganistão desde a queda dos talibãs, em 2001.

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