Agricultores recebem capacitação sobre plantas medicinais

Jornal O Norte
18/08/2008 às 17:43.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:41

Juliana Paiva


Colaboração para O NORTE 

Até sexta-feira, dia 22, o campus regional da UFMG em Montes Claros recebe 30 representantes de 15 comunidades do Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha para a “Capacitação na produção sustentável e uso de plantas medicinais e aromáticas do Cerrado”. Desenvolvido pelo Instituto de Ciências Agrárias (ICA) da UFMG, em parceria com a Emater, o curso conta também com professores de outras instituições, como Unimontes e Ufop.


 


Ao longo desta semana, serão 40 horas de atividades em sala de aula, laboratórios e no campo. Produção agroecológica de plantas medicinais e aromáticas, princípios ativos, uso de homeopatia como insumo agrícola e proteção do conhecimento tradicional associado às plantas medicinais estarão entre os conteúdos abordados. O curso prevê outros dois módulos de igual duração, em novembro e março próximos.

APRENDIZADO

Segundo o coordenador do projeto e vice-diretor do ICA, professor Ernane Ronie Martins, o objetivo é que os participantes repassem o que aprenderem para outras pessoas de suas comunidades, por meio de oficinas. Assim, ao final do projeto, cerca de 700 pessoas estarão preparadas para bem utilizar as plantas do Cerrado na produção de medicamentos humanos e para animais domésticos, extratos para controle de pragas nas lavouras, cosméticos e produtos de limpeza. “Os agricultores familiares dessas regiões já vêem utilizando os recursos naturais para esses fins, mas com base apenas no conhecimento tradicional. A interação com a Universidade pode ampliar e melhorar a utilização dessas plantas”, diz Ernane.


 


É o que já ocorre com o grupo de mulheres “Flor do Cerrado”, de São Gonçalo do Rio das Pedras, entidade que participa do curso de capacitação na UFMG com duplo papel: o de repassar a experiência na produção de produtos cosméticos, como xampus e sabonetes, a partir de espécies locais; e também o de aprender melhores formas de manejo e aproveitamento da biodiversidade disponível.

COMUNIDADES

Das comunidades atendidas pelo projeto, 12 são formadas por pequenos produtores rurais desalojados pela construção da Usina Hidrelétrica de Irapé, no Vale do Jequitinhonha, e reassentados em vários municípios da região.


 


Em cada uma das comunidades, serão implantados ou ampliados hortos medicinais com espécies locais e exóticas, aromáticas e medicinais, adaptadas à região. Além de servir às atividades didáticas, os hortos vão fornecer matéria-prima para fitoterápicos e cosméticos, bem como mudas para distribuição nas próprias comunidades.


 


O projeto é financiado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e pelo ministério do Desenvolvimento Agrário.

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