Agricultura reforça apoio à cachaça de alambique

Jornal O Norte
22/02/2008 às 18:01.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:25

A Câmara Técnica da Cachaça de Alambique Artesanal do Cepa- Conselho Estadual de Política Agrícola, criada pela Seapa -Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, vai utilizar novos instrumentos para aumentar o suporte ao desenvolvimento da comercialização interna, exportação e pesquisa da bebida. Serão criados grupos específicos de trabalho com este objetivo e também com a função de buscar medidas para combater o mercado informal da cachaça de alambique.

Além disso, a câmara técnica continuará insistindo na redução dos tributos federais para a atividade, pois considera que este é um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento da atividade em Minas.

As dificuldades que os produtores de cachaça de alambique enfrentam atualmente estão relacionadas no plano setorial elaborado pela câmara técnica. Para atender ao plano, cada grupo de trabalho terá representantes de órgãos públicos e da iniciativa privada, que examinarão a situação de seu segmento. As propostas para a solução dos problemas chegarão aos produtores por intermédio do Programa Mineiro de Incentivo à Produção de Cachaça (Pro-Cachaça). Segundo a secretária-executiva do programa, Luciana Rapini, os grupos de trabalho deverão ser criados até o final de março.

INFORMALIDADE EM ALTA

O Plano Setorial da Cachaça de Alambique destaca o problema da produção informal no Estado. O setor de cachaça artesanal, em Minas, produz 230 milhões de litros por ano, sendo 100 milhões de litros por alambiques informais. Ao mesmo tempo, os especialistas da Câmara da Cachaça identificaram uma grande ociosidade na capacidade dos alambiques mineiros. Para reduzir esses problemas com rapidez, a principal recomendação é aprimorar o processo de comercialização no mercado interno.

A organização do setor em cooperativas é um dos caminhos indicados pelo plano setorial. A câmara técnica considera que, ao adotar o modelo cooperativista, haverá maior controle de qualidade da bebida. A organização em cooperativas também facilita a busca da competitividade e possibilita a melhoria de aspectos sociais e ambientais relacionados com a produção da cachaça de alambique.

O Plano Setorial da Cachaça de Alambique mostra também a necessidade de criar mecanismos para aumentar as exportações da bebida produzida em Minas. O Estado lidera as vendas internacionais da cachaça artesanal brasileira, com o embarque anual de 320 mil litros, volume que não garante 4% da receita total, em dólares, da exportação nacional da bebida industrializada. Por isso, existe a proposta para aumentar a venda da cachaça de alambique como bebida destilada para os mercados externos, pois atualmente prevalece a venda da bebida industrializada para consumo na forma de caipirinha.

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