Agroindústria pode mudar cara do Jaíba

Jornal O Norte
08/11/2007 às 10:43.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:22

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

Com a chegada das indústrias para o Projeto Jaíba, vislumbra-se um novo alvorecer de negócios na região. Seja através dos investimentos do grupo Sada bioEnergética ou por meio da Pomar Brasil, o que vale mesmo na visão dos empreendedores é que, agora sim, o maior projeto irrigado da América Latina se tornará um nicho de bons resultados.

Esse dado pode ser confirmado a partir das expectativas da Pomar Brasil, atuante no Jaíba desde janeiro deste ano. A informação do diretor da Pomar, Victor Pourri, é de que serão investidos cerca de R$ 55 milhões na agroindústria, que vai produzir sucos de goiaba, abacaxi, maracujá e manga, bem como polpas integrais e concentrados de frutas tropicais.



Segundo Pourri, a agroindústria está sendo implantada na fazenda Sucesso, onde o grupo da Pomar Brasil pretende plantar cerca de 250 hectares de goiaba, 40 de maracujá e 20 hectares de abacaxi. Vale lembrar que em todas essas culturas estão sendo utilizadas as melhores técnicas de irrigação, preparo de solo e de seleção de material genético.

A perspectiva é de que após a conclusão da implantação do projeto, a Pomar produza cerca de 25.000 toneladas de sucos e polpas de frutas por ano. Para tanto, a unidade industrial, segundo cálculos da própria empresa, deverá explorar uma média de dois mil hectares próprios e espera contar com aproximadamente três mil hectares de terceiros integrados.

O projeto deverá contar com a participação de aproximadamente 300 pequenos produtores envolvidos na produção de maracujá, além de aproveitar o excedente de produção de manga e de centenas de agricultores que já contam com pomares em produção na região.

Pourri fez questão de comunicar que a implantação das culturas está sendo feita de maneira a atender aos padrões de certificação da comunidade européia; embora toda a produção deva ser destinada como matéria-prima para a indústria de polpas. A área da indústria está sendo preparada devendo as obras serem iniciadas nesse semestre, com a previsão de entrar em operação industrial no primeiro semestre de 2008.

DESENVOLVIMENTO PLANEJADO

Especialistas viam que o desenvolvimento do Jaíba só se daria a partir de parcerias que inserissem o pequeno agricultor num cultivo que proporcionasse renda ao final das contas. Nesse contexto foi que as indústrias chegaram ao local. Inserindo o produtor num modo de produção integrada, assim como tem sido o lema do governo do Estado de Minas Gerais.

Órgãos como a Codevasf e a Epamig, atuantes no perímetro, acreditam que a produção integrada é uma tendência ao sucesso, já que essa experiência tem dado resultados positivos na parceria entre produtor e empresa de sementes de hortaliças. Sobre essa forma integrada de trabalhar, Pourri afirma ter sido o atrativo para o grupo instalar a indústria no Jaíba.

“Nossa opção por implantar o projeto no perímetro irrigado do Jaíba em grande parte, decorre da possibilidade de desenvolver um arranjo produtivo local integrado com os pequenos produtores, que já se encontram na região ou que venham a se instalar. Para isso, a Pomar Brasil pretende estabelecer contratos firmes de aquisição de frutas viabilizando a superação do grande problema que dificulta o desenvolvimento do Jaíba, que é a garantia de comercialização da produção”, diz.

Mas nem sempre essa parceria é visada pelos grandes investidores da iniciativa privada. O diretor afirma que essa iniciativa extrapola as atribuições da iniciativa privada, e para que funcione a contento, será da maior importância a efetiva participação das diversas instituições públicas que atuam na região como o Banco do Nordeste, Epamig, Codevasf, Ruralminas, além das instituições regionais de ensino, pesquisa e extensão.

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