Agronegócios em debate

Jornal O Norte
31/03/2007 às 10:45.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:01

O III Encontro dos Zootecnistas


promove palestras e debates sobre a viabilidade do agronegócio e suas nuances. Tratamento de resíduos, Manejo nutricional de potros e Produção de volumosos em pequenas propriedades são alguns dos temas abordados




Valéria Esteves


Repórter

Núcleo de ciências agrárias promove III Encontro de Zootecnia em Montes Claros com o tema Viabilidade do Agronegócio Norte-Mineiro. Quase 200 pessoas assistem às palestras no auditório da Sociedade Rural, que abordam temas como o manejo e tratamento de resíduos produzidos em instalações zootécnicas, manejo nutricional de potros, produção de volumosos em pequenas propriedades, entre outros.









Para a coordenadora do evento, Luciana Castro Geraseev o objetivo do encontro é justamente promover a capacitação da área de produção animal. A coordenadora acrescenta, ainda, que os profissionais graduados, pós-graduados e até mesmo os produtores não têm aqui no Norte de Minas eventos que os capacitem para tratar de animais, tendo em vista que a assistência técnica hoje prestada, principalmente aos pequenos, é falha.





- Esses profissionais têm que sair daqui para buscar conhecimentos nas capitais brasileiras, sendo que lá os focos abordados geralmente não atendem a demanda da região - lembra.


Os níveis de produção são insuficientes na região e esse foco está sendo debatido durante o Encontro dos Zootecnistas. A coordenadora comenta também que o Núcleo de Ciências agrárias usa os cursos de extensão para prestar assistência ao pequeno produtor em suas propriedades, assim é possível que haja uma troca de experiências entre aluno e produtor.





O enlace da técnica dos alunos levada ao campo possibilitou que, além dos projetos em andamento, como o de organização da cadeia da ovinocaprinocultura, novos projetos fossem pensados, como o projeto de criação de galinhas caipiras, como bem enfatizou Luciana.





Apesar de muita gente criar galinhas em seus quintais, os professores falam que é preciso técnica para administrar a atividade. Na verdade o que eles pensam, embasados em pesquisas é tornar a criação de galinhas caipiras uma atividade que promova renda, assim como fazem com a ovinocaprinocultura, a bovinocultura, entre outros. Mas o assunto que mais prendeu a atenção dos participantes do encontro foi o que falou dos eqüinos. No último encontro, segundo a organização, notou-se uma procura significativa para tal assunto, e por isso mesmo o tema recebeu tal atenção.

ATENÇÃO AO MEIO AMBIENTE





Mas falar do enquadramento do profissional no mercado e principalmente saber o destino que deve se dar aos resíduos produzidos em ambientes zootécnicos requer atenção. Como os cientistas já alertaram, agora é o tempo de prestar a atenção ao meio ambiente. Com esse pensar é que a professora da Universidade federal de Viçosa, Cecília de Fátima Souza ministrou sua palestra. Mostrou que o meio ambiente tem sofrido com o recebimento de estercos e urina de animais e possivelmente as gerações futuras vão sofrer por isso.





Em sua análise, tanto a pecuária quanto a agricultura contribuem para o declínio das condições ambientais. Exemplo disso pode ser tirado de um local onde se produz carne de porco. Até a hora do abate os animais produzem estercos e a legislação prevê que em o local deve ter uma estrutura que receba os resíduos dos animais para não contaminar a carne, que é o produto final.





Vale lembrar, segundo a professora, que toda instalação zootécnica precisa de tubulações capazes de conduzir os resíduos até as lagoas de estabilização para que o processo de abate não seja comprometido, e nem o meio ambiente perca alojando os mesmos. Quem não agir em conformidade com a legislação pode ser multado.

RESULTADOS





Cecília que vem a Montes Claros pela segunda vez, sendo que a primeira foi para participar de um evento parecido ao Encontro dos Zootecnistas, ainda quando era estudante, diz que os estudantes estão mais interessados em saber como lidar com a profissão e estão mais questionadores. Tanto que nem deu tempo para responder A todas as perguntas feitas à professora, como ela mesma conta.





Para o estudante do 9º período de agronomia da UFMG, Fabrício Leonardo Ribeiro, o nível das palestras no primeiro dia foram muito bons.





- O proveitoso é obter uma formação ampla sobre os vários assuntos discutidos aqui nesse encontro, seja o tratamento de dejetos e a abordagem que levam às práticas de seqüestro de carbono, a questão ambiental, a produção de novilho precoce e o manejo de cruzamento em ovinos - finaliza o estudante.





Hoje tem mais informações a serem repassadas. A programação do encontro que visa a viabilidade do agronegócio norte-mineiro, começa logo cedo, às 8 horas no auditório da Sociedade Rural de Montes Claros.

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