A Al-Qaeda rompeu suas ligações com uma de seus supostas ramificações na Síria e se distanciou das lutas internas entre os rebeldes que participam da guerra civil no país, de acordo com comunicado divulgado nesta segunda-feira.
O anúncio parece ser uma tentativa da Al-Qaeda de colocar a casa em ordem e reafirmar sua influência entre grupos islâmicos rivais, que passaram a brigar entre si na Síria.
Assinado pelo "comando geral" da Al-Qaeda", o comunicado diz que a liderança cortou ligações com o grupo afiliado conhecido como Estado Islâmico do Iraque e do Levante, liderado por Abu Bakr al-Baghdadi, depois de ele não ter obedecido as ordens do líder da rede terrorista, Ayman al-Zawahri.
Em maio, Al-Zawahri ordenou que o Estado Islâmico do Iraque operasse de forma independente do braço rival da Al-Qaeda na Síria, a Frente Nusra, liderada por Abu Mohammed al-Golani. Al-Baghdadi rejeitou as ordens de Al-Zawahri e tentou, sem sucesso, fundir os dois grupos.
No comunicado desta segunda-feira, a Al-Qaeda disse que "não aprova a criação nem controla" o Estado Islâmico do Iraque e, portanto, não tem "ligações organizacionais com o grupo".
"Nós nos distanciamos da insubordinação que acontece entre as facções mujahedin (na Síria) e do sangue proibido derramado por qualquer facção", diz o documento, a respeito dos conflitos internos entre os extremistas islâmicos.
Os jihadistas, ou guerreiros sagrados, diz o texto, deveriam entender a "enormidade da catástrofe" e as implicações " que esta insubordinação pode ter na guerra santa na Síria.
A autenticidade do comunicado não pôde ser verificada de forma independente, mas ele foi postado em sites que geralmente são usados pela Al-Qaeda.
Para Charles Lister, do Brookings Doha Center, a declaração da Al-Qaeda reflete sua "tentativa de definitivamente reassumir algum nível de autoridade sobre a jihad na Síria". O comunicado mostra também o fracasso de liderança da Al-Qaeda em comandar genuinamente a rivalidade entre o Estado Islâmico do Iraque e a Frente Nusra, o que tornou inevitável para al-Zawahiri emitir uma resolução esclarecendo as consequências das decisões do grupo desobediente. Fonte: Associated Press.
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