Alcançado acordo sobre a composição do futuro governo da Tunísia

AFP
07/03/2013 às 21:45.
Atualizado em 21/11/2021 às 01:41

TUNES - Um acordo sobre a composição do futuro governo da Tunísia foi alcançado, na noite desta quinta-feira (7), mas será apresentado na sexta, quando serão feitos os "ajustes finais", indicou o ministro tunisiano do Interior, Ali Larayedh, encarregado pelo partido islamita Ennahda de formar o novo gabinete. "Após a maratona das negociações, chegamos a um acordo sobre um governo", acrescentou.

"Vamos fazer os ajustes finais amanhã (sexta-feira) pela manhã para apresentar um expediente completo ao presidente" Moncef Marzouki, declarou Larayedh. A promessa dos islamitas de fazer uma coalizão ampliada parecia comprometida, pois as três formações políticas contactadas para integrar o governo anunciaram sua retirada das negociações após duas semanas de tensas negociações em um contexto de crise política.

Desta forma, apenas a coalizão - Ennahda e seus aliados laicos, o Congresso Para a República (CPR) do presidente Marzuki e Ettakatol - participaram nas negociações de quinta-feira. O novo governo incluirá, no entanto, independentes em posições chave, pois Ennahda aceitou no final de fevereiro confiar os ministérios do Interior, Justiça, Relações Exteriores e Defesa a personalidades apolíticas.

Ali Larayedh, do partido islâmico Ennahda, foi nomeado em 22 de fevereiro para formar um novo governo após a renúncia do primeiro-ministro Hamadi Jebali, que não conseguiu formar um gabinete composto por personalidades apolíticas, uma solução em resposta à crise desencadeada pela assassinato do opositor Chokri Belaid no dia 6 de fevereiro.

Mas a promessa dos islâmicos de formar uma ampla coalizão parecia estar severamente comprometida. Três partidos políticos que deveriam fazer parte do gabinete anunciaram nesta quinta-feira a sua retirada das negociações. Os desacordos giram em torno da identidade dos ministros, apesar das concessões do Ennahda que concordou em confiar os cargos à independentes.

Mesmo se o Ennahda, com 89 assentos dos 217 na Assembleia Nacional Constituinte (ANC), conseguir a maioria de 109 deputados necessários para formar o governo, não será o suficiente para resolver definitivamente a crise.

Em verdade, para tirar o país do impasse, a ANC deve adotar, por uma maioria de dois terços, uma Constituição para preparar o caminho para novas eleições. No entanto, o Ennahda não encontrou, mesmo com seus aliados, um acordo sobre este texto. O país também está desestabilizado pelo desemprego e a pobreza, fatores-chave que provocaram a revolução de 2011. Além disso, a Tunísia luta para suprimir o surgimento de grupos islâmicos violentos, um dos quais, de acordo com as autoridades, teria orquestrado o assassinato de Chokri Belaid.

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