Alimentação é sinônimo de vida saudável e geração de emprego: mês de outubro também é tempo de comemorar a semana da alimentação e dia do agrônomo

Jornal O Norte
19/10/2006 às 10:28.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:42

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

Alimentação saudável e geração de emprego e renda. Em busca de uma vida saudável os nutricionistas, bem como o mercado, têm demandado a necessidade de se comer alimentos mais leves. Nesse meio tempo relacionar atividade agrícola com o produto final para a sociedade tem muito haver.



Agrônomo diz que 53 milhões de pessoas não têm o que comer


(foto: Wilson Medeiros)

O Brasil produziu cerca de 120 mil toneladas de alimentos na última safra, segundo o engenheiro agrônomo Fernando Britto que lembra ainda que o setor de agronegócio é o único no país a ter o maior superávit da balança comercial. Apesar de o setor da agricultura bem como da pecuária terem enfrentado problemas recentes com o longo período de estiagem e com a febre aftosa, pôde ainda contribuir com 13% do que foi arrecadado com PIB - Produto Interno Bruto.

Como os agrônomos estão diretamente voltados para a organização da cadeia produtiva do agronegócio, Fernando que também é presidente da Agro-NM- Associação dos engenheiros agrônomos do Norte de Minas, conta que cerca de 7,3%  da área total do território nacional é destinado à agricultura, sendo 26,4% para a pecuária extensiva e 54% se destina a reservas florestais. Aproximadamente 12% da área total do Brasil ainda precisamos ser ocupadas pela agricultura, mesmo porque antes disso foi usada como pastagens e boa parte está degradada.

Os profissionais do setor agrícola acreditam que o setor do agronegócio poderia ter uma atenção mais expressiva do governo e é por falta de políticas que o setor tem enfrentado problemas. A disparidade encontrada no Brasil pode ser observada na quantidade expressiva de pobres e miseráveis que alcança a marca de 53 milhões de pessoas que não se alimentam com decência. Como relata o agrônomo, o Brasil é um dos maiores países que produzem alimentos, mas nem por isso tem políticas que facilitem o acesso a eles.

- Penso que não é oferecendo bolsas-família que o Brasil resolverá seus problemas. Segurança alimentar deve ser prioridade para os governantes, mesmo porque os pobres precisam é ser remunerados, porque no nosso país só se tira impostos das famílias menos favorecidas. É certo que há muita mão-de-obra ociosa e por tal motivo deveria se dar a vara para pescar e não peixe, como é feito com essa política assistencialista.

DESENVOLVIMENTO DO AGRONEGÓCIO NO NORTE DE MINAS

A classe dos agrônomos, que comemorou no último dia 12 de outubro seu aniversário, vê com bons olhos a chegada de novos investidores para região. Estima-se que pelo menos três empresas se firmem no Norte de Minas, especialmente no Projeto Jaíba, para plantar cana-de-açúcar para a produção de etanol e biodiesel, assim como outra empresa, Pomar Brasil, com tradição de mercado, virá para fomentar a produção de frutas. Uma dessas três já está no Jaíba produzindo cana-de-açúcar e, como assinala o agrônomo, tem a previsão de incluir o pequeno produtor num segundo momento de seu negócio, comprando o produto produzido por eles. Nesse período se atêm à produção própria para atender a demanda estipulada por suas metas de mercado.

Os agrônomos acreditam que a chegada de novas empresas servirá como agente impulsionador do desenvolvimento do Norte de Minas e uma chance de os profissionais que trabalham no setor de estarem inseridos no processo.

- Tivemos uma reunião com uma dessas empresas e podemos perceber que essa produção pungente no Jaíba, assim como no perímetro irrigado do Gorutuba e Pirapora, são um incentivo tanto para o biodiesel quanto para a fruticultura irrigada. O que tememos é que não haja integração das empresas com os produtores que ali fazem morada. A empresa que fabrica produtos a partir de frutas será, ao que esperamos, uma oportunidade de o produtor comercializar seus produtos in-natura, já que ela já tem seu espaço no mercado.

Para concluir Fernando lembrou que o agronegócio rendeu cerca de US$ 32 bilhões até o mês de setembro desse ano. Para o fim do ano estima-se que esse valor aumente para US$ 42 bilhões, mesmo tendo sofrido os impactos dos embargos à carne brasileira e as perdas na agricultura. Portanto, o Brasil continua sendo o maior produtor de carne, açúcar, etanol, soja, café e suco de laranja.

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