Amams debate hoje a reativação do algodão

Jornal O Norte
16/08/2007 às 12:00.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:13

A produção de algodão como nova opção econômica para o Norte de Minas será debatido em Montes Claros nesta quinta-feira, 16, durante reunião promovida pela Amams - associação dos municípios da Área Mineira da Sudene, cuja meta é implementar o plantio ainda este ano, visando a safra agrícola 2007/2008.

A reunião ocorrerá no auditório da Amams, a partir das 16 h. O coordenador do projeto, José Barbosa Filho, o Zinga, prefeito de Catuti e vice-presidente da Amams, estará mostrando o impacto social deste projeto, que gerará 40 mil empregos na região e desafogará os centros urbanos e fortalecerá a agricultura familiar. O projeto prevê o plantio de 13,1 mil hectares no Norte de Minas, neste ano, para começar a recuperação da cotonicultura, que na década de 80 chegou a 126 mil hectares.

O presidente da Amams, Valmir Morais de Sá, prefeito de Patis, ressalta que ficou impressionado com o projeto criado por José Barbosa Filho e José Tibúrcio – Técnico Agrícola e coordenador do projeto, que dará nova dimensão econômica ao Norte de Minas, reduzindo os impactos sociais.

- Todos guardam na memória a época em que a região era maior produtora de algodão de Minas Gerais, com 126 mil hectares e que transformaram a realidade social e econômica de vários municípios. A chegada do bicudo do algodoeiro em 1991 dizimou esta cultura, a inviabilizando economicamente. Agora, surge projeto como este, que abre novas expectativas para o Norte de Minas. Serão 40 mil empregos gerados. Representam mais de 40 indústrias de grande porte. Aquecerá a economia regional e minimizará os problemas sociais – destaca o presidente.

O projeto abrangerá inicialmente uma área plantada de 13.100 hectares, de agricultores familiares, nos municípios da Serra Geral: Catuti, Capitão Enéas, Janaúba, Jaíba, Matias Cardoso, Mato Verde, Monte Azul, Espinosa, Mamonas, Gameleiras, Porteirinha, Serranópolis de Minas e Pai Pedro e depois poderá ser ampliado, se existir demanda.

As primeiras experiências realizadas mostram a viabilidade econômica do projeto, pois enquanto na cultura convencional, o algodão gerava 70 a 100 arrobas e depois passou a gerar somente 30 arrobas com a chegada da praga do Bicudo, com a variedade transgênica, chegou a gerar 177 arrobas, mas com uma média de 150 arrobas. Isto implica que cada família de produtor rural tem lucro de R$ 700 por hectare. Os 13.100 hectares a serem plantados injetarão R$ 1,9 milhão na economia do Norte de Minas.

Um dos pontos a ser discutido em Montes Claros é sensibilizar as lideranças do Norte de Minas para este projeto, pois ele é a principal solução para atender a Usina de Biodíesel da Petrobrás, a ser instalada em Montes Claros. José Barbosa Filho lembra que a usina deverá começar a funcionar em 2008, sem que o Norte de Minas tenha matéria prima para atender a demanda. Por isto, a solução é a cotonicultura transgênica, pois iniciando o plantio em novembro deste ano, terá o caroço de algodão pronto para ser beneficiado e transformado em óleo biodíesel.

- Queremos o apoio de Montes Claros, para em caráter emergencial, viabilizar este projeto. Temos que preparar o terreno e começar o plantio em novembro. Além disto, serão instaladas seis esmagadoras na região, para beneficiar o caroço de algodão  - – destaca Zinga.

Na sexta-feira, 17, os produtores norte-mineiros estarão em Brasília, participando da reunião do Conselho Nacional de Segurança de Biotecnologia, que discutirá a utilização de novas tecnologias para a produção transgênica do algodão no Brasil. Na terça-feira, o projeto do Norte de Minas foi apresentado em Uberlândia no Congresso Nacional de Algodão. (Assessoria de imprensa/Amams).

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