No dia da fatídica derrota brasileira para a Bélgica, imediatamente após o final da partida, corri para o facebook e postei a seguinte frase: “Brasil 1 x 2 Bélgica. Nem sei se comento, já que fui quase execrado quando afirmei que esse time não teria ingrediente para ser campeão”. Bastou essa postagem para eu quase ser execrado de novo. Foram muitos os comentários de desacordo, no que entendo ser perfeitamente normal, quando se trata de analisar um misto de futebol, paixão e patriotismo.
Todavia, fui surpreendido com uma observação inesperada do amigo Fred Duarte. Para quem não conhece, Fred é filho do proprietário do bar azul e Branco, na Melo Viana, ponto de encontro dos resenheiros de plantão da cidade, Joãomar Galdino. Num momento em que entendo ser de extrema emoção, Fred esbravejou: “Todo mundo do bairro Morrinhos e adjacências sabe que o sr torce para Argentina. Não vejo valor algum em seus comentários. Logo perdeu um seguidor aqui”. E, em sequência, fui bloqueado.
Bem, caso tenha ofendido de alguma maneira ao amigo Fred Duarte, quero aqui pedir desculpas, pois não percebi. Mas, todavia, fiquei sem entender, uma vez que expus o que eu já havia dito por diversas vezes tanto nos programas de rádio que participo, como no Camisa 12, que é o programa de TV que apresento, e, por fim, aqui nas páginas de O NORTE.
Qualquer um, com um pouco de experiência esportiva, poderia pressentir a derrocada do selecionado brasileiro. Não por ter atletas ruins, por que efetivamente não são. Mas por ter pura e simplesmente bons atletas numa competição em que o cenário e atmosfera exigem algo mais.
A Copa do Mundo exige que haja talentos individuais que sobressaiam, ou um conjunto que se entenda e que praticamente jogue por música. Foi assim com a “Laranja Mecânica” de Cruyf em 1974, a “Dinamáquina” de 1986, Os “Camarões” de Rogée Millah de 1990, a própria Seleção Brasileira de 1994 e assim por diante. Verdade seja dita, não estamos tendo isso desde 2002. Nosso futebol vem ficando cada vez mais pobre em cada Copa subsequente de maneira que estamos perdendo pra nós mesmos.
Para acabar de completar, escândalos na construção dos estádios, escândalos na CBF e na própria formatação da Copa do Mundo de 2014, parece que selaram a tampa do caixão do futebol brasileiro.
Até entendo que tem se tentado uma renovação, principalmente na gestão do esporte em nosso país. Mas entendo que ela passa pelos mesmos caminhos de sempre. Estamos vendo a recomposição do tal “Mais do mesmo”.
Por isso, peço ao amigo Fred Duarte que reconsidere sua amizade comigo. Vou aguardar imensamente o seu retorno ao facebook. Afinal, futebol é paixão e não deve transcender a emoção neste sentido.
Um abraço Fred Duarte.