Blazer estampado, parka com brilho molhado, cardigã longo, jaqueta jeans ou em couro, tricô oversize, trench coat de cores vibrantes, quimono e colete em suédi (imitando camurça) e poncho em lãzinha dublada...Ufa, são tantas as roupas apaixonantes do inverno 2015 que fica difícil não se arriscar em uma criativa sobreposição. Nem que seja para ostentar uma bela peça nos ombros, fazendo a fina. Ou cair na displicência de amarrar um item na cintura. Mas se o assunto é abraçar o corpo e brilhar na produção, invista em looks com ponchos, casacos longos, coletes e até mesmo com a velha e indispensável jaqueta jeans.   O recadinho é da estilista e consultora de moda Denise Morais, que sugere mesclar “Minissaias evasê, vestidos boho e longos, calças jeans flare com ponchos divertidos ou coletes grandes”. Já os casacos 7/8, segundo ela, vão bem com vestidinhos no estilo anos 60 e bem curtos, para uma produção mais noturna.   “Em países como o nosso em que vivemos quatro estações em um só dia, a sobreposição é mais do que uma questão de sobrevivência; é um excelente recurso de estilo”, bate o martelo a consultora do Senac Moda Informação Luciana Parisi.   Uma sobreposição acertada deixa qualquer mortal mais elegante. Agora, se a peça cumpre o propósito de esquentar e deixar a mulher mais esguia, aí, vamos combinar, que a mesma é perfeita. “O foco deste inverno no Brasil é trazer uma releitura da temporada de moda do hemisfério Norte, ou seja, inspiração em peças estruturadas, mais bem elaboradas e desenvolvidas com foco na alfaiataria”, ressalta a orientadora do Senac, a professora do curso de “Consultoria de Imagem” Tânia Araújo.   Entenda-se por alfaiataria, segundo Luciana Parisi, a técnica que dá à roupa valor agregado e preço mais alto. Ao mesmo tempo, peças em alfaiataria são ótimos investimentos no guarda-roupa, com excelente qualidade de costura, modelagem e acabamento.    Enquanto o maxicolete se consolida como curinga para a garotada, o estilo esportivo e a herança dos anos 90 pedem passagem com parkas, trench coat e jaqueta biker. “Quer item melhor para o dia a dia e que combina com as grandes cidades do que uma parka com capuz e bolso para carregar cartão, chave e celular?” argumenta Luciana. Mais larga e comprida (oversize), a parka adquiriu acabamentos diferenciados, como tecidos acolchoados, de aspecto molhado ou mesmo patchwork de pele, opção menos comercial no Brasil, cita a executiva de atendimento ao cliente do WGSN (empresa provedora de inteligência criativa de negócios), Sofia Martellini.   Tecnologia    Para atualizar o repertório do inverno 2015, os acabamentos supracitados são a bola da vez, segundo Sofia. “Os efeitos em alto relevo são inovadores e notáveis, aparecendo junto a texturas tradicionais de jacquards e relevo quadriculado dando feito e volume 3D”.   O mix de peças e a variação de tecidos e matérias-primas andam de mãos dadas, principalmente no Brasil, onde o público feminino é ávido por novidades. “As misturas vão desde tecidos mais decorativos, como o tweed leve, passando pelo jacquard e pela malha”, cita Denise Morais. A professora Tânia acrescenta ainda lãzinha prensada, tecido mais encorpado e que lembra uma flanela, presente em capas e pelerines de lojas mais populares.    Algumas marcas, como Prada e Burberry, apresentaram coleções resort 2016 ancoradas no visual urban edge, que a grosso modo significa apostar em camadas de peças mais leves, segundo Sofia. De acordo com Luciana Parisi, há uma busca por matérias-primas tecnológicas e diferenciadas como a viscose dupla, confortável e que permite elasticidade no desenvolvimento de peças de alfaiataria. A prévia do verão 2016 ressuscitou também as cores adocicadas em blazers e casacos, como na coleção da Prada. “Na Burberry casacos e trench coats de abotoamento duplo apareceram com materiais mais estruturados. Textura e toque são o foco da vez com a renda de macramê e muita técnicas de patchwork”, conclui Sofia Martellini.  

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