Militares argelinos ampliaram nesta quinta-feira suas buscas na região montanhosa onde um recém-formado grupo extremista islâmico decapitou uma montanhista francês.
O presidente da França, François Hollande, realizou uma reunião emergencial de Defesa, também nesta quinta-feira, para discutir o papel de Paris no combate ao grupo Estado Islâmico e disse, após o encontro, que "este crime não ficará impune".
A Argélia também prometeu encontrar os envolvidos no assassinato e prometeu proteger cidadãos estrangeiros em seu território.
Para Madjid Benhamiche, guarda comunal de 59 anos de uma vila que fica a alguns quilômetros de onde Herve Gourdel foi sequestrado, disse que o terreno acidentado vai dificultar as buscas. Ele é veterano em operações nas montanhas da região de Kabylie.
"Desde esta manhã soldados, alguns com cachorros, começaram a procurar no vale e movem-se na direção dos cumes na expectativa de encontrar o corpo", disse ele. "Embora deva ser difícil encontrá-lo, já que os extremistas devem tê-lo enterrado. Outra dificuldade é que essas pessoas conhecem o terreno bem. Esta montanha é seu território e eles sabem de cavernas que as outras pessoas não conseguem chegar."
Gourdel foi capturado no domingo enquanto caminhava pelas montanhas Djura Djura, no norte de Argélia, uma bela região de picos elevados onde guerrilhas argelinas já lutaram pela independências contra os colonizadores franceses e, posteriormente, se transformou no esconderijo de militantes islâmicos.
Ele foi para a Argélia a convite de amigos e caminhava com cinco companheiros argelinos, quatro dos quais eram da região onde estavam, informou Hafidh Azouzi, que trabalha num hotel local. Segundo ele, todos eram membros da federação nacional de montanhismo e estão sob custódia policial desde terça-feira.
"Um deles tem apenas 17 anos e sua família está muito preocupada", disse Azouzi, acrescentando que no dia seguinte ao sequestro todos os hóspedes saíram do hotel.
A família de Gourdel divulgou um comunicado nesta quinta-feira lembrando seu "amor pelas montanhas", agradecendo os franceses por seu apoio e dizendo que não querem que políticos usem sua morte como tribuna ou pretexto para qualquer coisa.
"Somos todos cidadãos normais unidos pela dor, preocupados em homenagear Herve e, acima de tudo, respeitosos dos valores de tolerância que ele incorporava com tanta generosidade." Fonte: Associated Press.