Arroz e feijão à mesa: alimentos mais consumidos e mais caros da atualidade

Jornal O Norte
28/04/2008 às 10:42.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:31

Governo brasileiro teme que o país fique sem arroz nos próximos meses e pede aos produtores exportadores que não encaminhem seu produto para outros mercados

Valéria Esteves


Repórter

Medo de desabastecimento faz governo brasileiro deixar de exportar arroz, e ter conversa séria com os exportadores, enquanto isso o preço do feijão promete se estabilizar. Conforme o técnico em agropecuária da Emater, José Arcanjo Marques, no caso do arroz em âmbito regional não há área plantada de tamanho significativo, tendo em vista que o plantio aproximado de 20 hectares é oriundo da agricultura familiar, logo, plantio de subsistência, o que não influencia na demanda de mercado.

Mas a questão é mais complicada quando se analisa a esfera nacional quanto à produção de arroz. Segundo especialistas a lata nos preços do arroz é que tem provocado anúncios de suspensão das exportações em países como Vietnã, Índia, Indonésia e Egito. Vale lembrar que aqui no território nacional o quilo do arroz já está mais caro nas prateleiras.

O que pegou muita gente de surpresa é que o Brasil está no período de safra do produto, o que se presume que não haveria riscos de desabastecimento.

A colheita do arroz no Brasil ainda nem terminou e, desde o início do plantio, o preço da saca no mercado interno saltou de R$ 19 para os atuais R$ 31 - um salto de 63%.

De acordo com Francisco Schardong, representante da CNA- Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária na Câmara Setorial de Arroz do ministério da Agricultura, há um volume considerável do cereal à espera da colheita. Segundo ele, 15% da safra ainda não foram colhidos.

Schardong, da CNA, afirma que os preços do arroz são conseqüência mais direta da situação mundial dos alimentos do que de um risco interno de desabastecimento.

Apesar disso, ele admite que a área plantada de arroz no Brasil não tenha variado muito nos últimos anos, enquanto a de cana-de-açúcar, para produção de etanol, aumentou. Para Schardong, o aumento nos preços foi bem-vindo: isso porque, segundo ele, os produtores de arroz chegaram a trabalhar no prejuízo nos últimos anos.

conforme declaração do ministro da agricultura, Reinhold Stephanes disse que o Brasil é auto-suficiente em arroz e tem um pequeno estoque de excedente, mas, para a segurança do abastecimento nos próximos seis a oito meses, quando tiver o período da entressafra, as exportações foram suspensas.

Para Stephanes a questão do arroz é um fenômeno novo. - Vamos acompanhar o movimento dos maiores produtores mundiais. Com o preço favorável, é possível que haja um aumento na produção e que a situação do abastecimento seja sanada até o ano que vem. Com base nisso é que vamos tomar outras providências no Brasil, disse.

A VEZ DO FEIJÃO

Enquanto se descobre se os produtores deixam ou não de exportar arroz a tempo de os estoques públicos não esvaziarem, o feijão continua em alta com uma leve estabilidade no início desse mês. Conforme Arcanjo o motivo de o preço do feijão ter caído um pouco deve-se a o fato de a cultura ter um pequeno ciclo produtivo, além de sofrer uma maior dinâmica de mercado.

O ciclo do feijão varia entre dois a três meses, sendo que ainda este ano haverá ainda a segunda e a terceira safras, o que fará com que os estoques continuem lotados de feijão e consequentemente mais barato nas prateleiras dos supermercados. No norte de Minas

Conforme o técnico em agropecuária o produtor que plantou ainda em março já deve colher a primeira safra, em junho. Mas também há produtores que já plantam feijão irrigado, haja vista que o período das águas já acabou.

- A perspectiva é que o resultado da safra seja bom, apesar de ter chovido pouco na região. Foram plantados cerca de 300 hectares do grão, o que implica na colheita de 450 toneladas só no município de Montes Claros. Vale lembrar que essa quantidade abastece o mercado local e regional, explica.

O feijão em 2007 chegou a ao preço de R$ 300 conforme Arcanjo e nesse momento tem sido vendido a R$ 160 aproximadamente. O municio de São Pedro das Garças é um dos que direcionam seu produto, feijão para outras praças como Belo Horizonte, São Paulo entre outros. Além de o grão ser produzido de forma intensa nos perímetros irrigados Jaíba, Pirapora, Gorutuba e no Estreito de Pirapora.

A expectativa é que o preço caia e fique cotado a R$ 130 a R$ 140.

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