Artistas, políticos e manifestantes se reúnem na Praça da Estação contra o impeachment

Giulia Mendes
gandrade@hojeemdia.com.br
17/04/2016 às 15:17.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:59
 (Flávio Tavares/Hoje em Dia)

(Flávio Tavares/Hoje em Dia)

Artistas, políticos e manifestantes contra o afastamento da presidente Dilma Rousseff se reúnem na Praça da Estação, no Centro de Belo Horizonte, na tarde deste domingo (17).

Cerca de 50 blocos de carnaval da capital que participam do movimento "Arrastão pela Democracia" desfilaram pela avenida dos Andradas a caminho da Praça da Estação. Desde às 11h, o grupo protesta a favor do governo federal em uma caminhada que começou na Praça Raul Soares.

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Ao som dos gritos de "não vai ter golpe", o vereador Gilson Reis (PCdoB) subiu ao palco para se manifestar contra o impeachment. "Não trocaremos 54 milhões de votos pela posição de 300 picaretas do Congresso Nacional", declarou. "Estou aqui hoje na Praça da Estação para comemorar que vamos ganhar as eleições novamente", emendou Tizumba.

Democracia

"A única forma de manter o processo anticorrupção iniciado pela operação 'Lava Jato' é mantendo a democracia. Só temos chances de avançar nisso com a manutenção da Dilma no poder", afirmou a médica Ester Vilela, de 59 anos, que participa do ato. 

"A comissão do impeachment foi formada por deputados corruptos, que são investigados, que têm contas ilícitas no exterior. A Dilma é a única pessoa honesta", completou a amiga dela, Maria Alzira, 58 anos, professora.

Depois da votação

A executiva nacional do PT já marcou duas reuniões para definir os próximos passos do partido, após a votação do pedido de afastamento da presidente na Câmara dos Deputados. "Estamos confiantes na vitória contra o golpe. Amanhã a direção do partido se encontra em São Paulo e na terça-feira terá outra reunião da executiva nacional junto com o ex-presidente Lula", conta o secretário-geral do PT, Romênio Pereira, que é mineiro e veio para Belo Horizonte participar do protesto na Praça da Estação.

Segundo ele, serão abordados na reunião avanços que o governo federal ainda precisa alcançar. "O governo tem que garantir mais direitos para a população, especialmente para os mais pobres. Distribuir melhor as riquezas do país, avançar na reforma agrária e melhorar as condições de saúde", completou Pereira. 

O secretário de Direitos Humanos do governo Fernando Pimentel, Nilmário Miranda, também participa da manifestação. Para ele, o país está dividido quase que pela metade e insatisfação por si só não é motivo para "golpe". "Tenho convicção de que a democracia vai prevalecer. Chega de radicalização. É preciso ter diálogo e não discurso de ódio. Insatisfação e crise desgastam, sim, quem está no poder, mas nenhum crime foi cometido pela presidente Dilma, portanto, não existem motivos para tirá-la de lá. O governo errou, mas não se resolve crise violando a Constituição", criticou.

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