As cores e projetos do quase cinquentão Romero Britto

Elemara Duarte - Do Hoje em Dia
26/12/2012 às 09:58.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:03
 (Divulgação)

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Romero Britto é tudo. É chaleira, é guarda-chuva, é lata de panetone, é caixa de sabão em pó, lataria de Porsche, é até a bandeira de Minas Gerais na capa deste caderno. Mas também é Dilma Rousseff, William e Kate, a tela Abaporu, corações, gato, flor e fruto. Além disso, em outubro de 2013, Britto também será meio século de vida e, até 2014, será embaixador honorário da Copa do Mundo, pela Fifa.

Boa parte dessas existências paralelas deste, que é um dos artistas plásticos brasileiros mais reconhecidos internacionalmente, se deve a um fato: Romero Britto é pura cor.

“Nunca tive medo das cores”, diz, ao Hoje em Dia, pelo telefone, de Miami, onde mantém um dos maiores estúdios de arte do país norte-americano.

Expansão

Para comemorar a data, Britto anuncia a expansão do projeto das “grandes esculturas”. A temática dessas esculturas serão animais em extinção de todo mundo.

“Estou estudando para levar isso para a África do Sul e para outros lugares. Tenho algumas em aeroportos do Brasil (uma dessas esculturas, em formato de um multicolorido coração, está no Aeroporto de Confins) e aqui, nos Estados Unidos. A diferença é que, antes, eu não tinha isso como um projeto”.

Extremamente popular, Romero Britto diz que o licenciamento de sua obra já chegou a mais de mil produtos. O pernambucano atribui esse sucesso às pessoas que se identificam com o que ele desenha. “Não tem como forçar isso. Minha arte tem linguagem direta. Se elas compram é porque gostam e querem estar com ela”.

A fina linha entre o simples e o sofisticado, na sua obra, ele compara com seu olhar para a natureza. “São sempre as coisas simples, como olhar para o mar, para o sol, para um pássaro, um tucano ou um panda. Aí você diz ‘puxa que coisa linda’. É simples, mas ao mesmo tempo rico”.

Barulho

Mesmo assim, as críticas fazem barulho. Mas a obra de Romero Brito certamente faz muito mais. “Essas pessoas acham que os artistas têm que viver ainda como se fosse no Renascimento. Mas, mesmo naquele tempo, os artistas eram pagos. Michelangelo criou o teto da Capela Sistina não é para que ficasse bonitinho. Foi um trabalho”.

A arte de Britto, porém, é mais dispersiva. Elas ficam em casas de personalidades, entre elas Madonna e a ex-primeira-dama americana Hillary Clinton, de quem é parceiro em obras beneficentes. Em São Paulo, na sofisticada Rua Oscar Freire, o artista mantém uma de suas galerias.

Além disso, os espaços públicos e os produtos da indústria para quem ele cede licenciamento fazem do mundo uma galeria incomensurável para o artista.

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