Associações de juízes repudiam ameaças ao ministro Edson Fachin

Agência Brasil
Publicado em 28/03/2018 às 17:25.Atualizado em 03/11/2021 às 02:04.
 (Nelson Jr./SCO/STF)
(Nelson Jr./SCO/STF)

Duas associações de magistrados repudiaram nesta quarta-feira (28) as ameaças relatadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator dos processos da Operação "Lava Jato" na Corte.

As manifestações foram motivadas por uma entrevista concedida nesta terça-feira (27) por Fachin ao canal GloboNews. O ministro disse que sua família tem recebido ameaças. Ele, porém, não citou quais tipos de ameaças tem sofrido e como teriam ocorrido. Segundo Fachin, foram solicitadas providências à presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia.

Em nota, a Associação dos Juízes Federais (Ajufe) cobrou a investigação do caso, a identificação e punição dos culpados. “Não se pode admitir que haja essa tentativa de intimidação a um magistrado que é relator da maior operação para apurar desvio de dinheiro público praticado por pessoas poderosas, processando e levando à prisão pessoas até então imunes à jurisdição criminal. O Brasil não aceita mais conviver com a corrupção que tanto afeta a vida da população.”

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) afirmou que não é aceitável qualquer tipo de intimidação aos magistrados do país. “É preciso reafirmar a confiança na força da democracia e nas instituições. A AMB clama, mais uma vez, pelas garantias democráticas e pela rápida apuração dos fatos."

Nesta terça-feira (27), em nota divulgada à imprensa, a presidência do Supremo declarou que, antes da entrevista do ministro, Cármen Lúcia já tinha tomado providências em relação às preocupações de Fachin, como o envio de duas delegadas da Polícia Federal (PF) para Curitiba, cidade de origem do ministro, para avaliar o esquema de segurança.

Além das ações da "Lava Jato", Edson Fachin é relator do habeas corpus por meio do qual a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguiu suspender sua prisão após o fim dos recursos na segunda instância no processo do tríplex de Guarujá (SP). A decisão vale até o dia 4 de abril, quando o tribunal retomará o julgamento da questão.

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