Insurgentes invadiram escritórios de segurança fortemente protegidos na cidade de Homs, na Síria, enfrentaram militares e explodiram a si mesmos em ataques sincronizados, matando um oficial sênior e pelo menos 31 outras pessoas, informaram a TV estatal e autoridades do país.
Os ataques rápidos contra os gabinetes de Inteligência Militar e de Segurança do Estado, entre os mais poderosos da Síria, foram reivindicados por uma coalizão insurgente ligada à Al-Qaeda, conhecida como Comitê de Libertação do Levante. Um legislador sírio disse em uma emissora de TV estatal que os ataques foram "forte golpe" contra os aparatos de segurança da Síria.
Os ataques ocorreram em um momento em que o governo sírio e delegados da oposição se reúnem em Genebra para conversas mediadas pela ONU, com o objetivo de construir um ímpeto para a paz, apesar das baixas expectativas de um avanço. O enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, qualificou os ataques como "trágicos". "Toda vez que temos conversações ou negociações, sempre havia alguém que tentando arruiná-las. Estávamos esperando isso", disse. O embaixador da Síria nas Nações Unidas, Bashar al-Ja'afari, que lidera a delegação de Damasco a Genebra, disse que os ataques foram uma mensagem dos "patrocinadores do terrorismo" para as negociações de paz. Al-Ja'afari disse que os ataques não ficarão sem resposta.
Nenhuma foto ou vídeo surgiu do local. Ativistas disseram que a cidade está em alerta depois dos ataques, com as tropas do governo bloqueando estradas e forçando as lojas a fechar. O governo respondeu com uma intensa campanha contra o único bairro dos arredores da cidade ainda sob controle da oposição e outras partes da área rural de Homs.
O ataque na manhã de sábado foi o mais violento em uma cidade que tem sido palco de repetidos ataques suicidas desde que o governo recuperou o controle. O chefe dos Serviços de Inteligência Militar, o general Hassan Daeboul, morto no ataque do sábado, foi transferido da capital para Homs no ano passado para enfrentar falhas de segurança na cidade, segundo relatos da mídia local na época.
O governador da província de Homs, Talal Barzani, disse que três explosões no total mataram mais de 32 pessoas. Ele disse que os agressores estavam usando cintos suicidas, que foram detonados nos escritórios de segurança. As duas agências são separadas por dois quilômetros de distância, e, de acordo com ativistas da cidade, são fortemente protegidas e monitoradas com câmeras de segurança.
De acordo com a TV estatal al-Ikhbariya, pelo menos seis agressores atacaram os dois complexos de segurança nos bairros adjacentes a Homs de al-Ghouta e al-Mahata, entrando em confronto com agentes de segurança antes de pelo menos dois deles detonarem explosivos. Não ficou claro se havia civis entre as vítimas. O chefe do Observatório Sírio para os Direitos Humanos da Grã-Bretanha, Rami Abdurrahman, disse que os ataques sincronizados mataram pelo menos 42 agentes de segurança e funcionários dos escritórios. As diferentes estimativas de acidentes não puderam ser imediatamente confrontadas e não são incomuns após episódios de violência na Síria.
Fonte: Associated Press.
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