Ataques muçulmanos a embaixadas americanas já deixaram 7 mortos

AFP
14/09/2012 às 17:55.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:17

(Fethi Belaid/AFP)

Um novo ataque, desta vez próximo à embaixada dos Estados Unidos em Túnis, na Tunísia, deixou nesta sexta-feira (14) três mortos e 28 feridos. Com o primeiro atentado, ocorrido na terça-feira (11) ao consulado dos EUA em Benghazi, no leste da Líbia, quando morreram quatro funcionários, incluindo embaixador no país, Christopher Stevens, sobe para sete o número de mortos em decorrência da explosão de violência no Oriente Médio. Dois dos feridos estão em estado grave, de acordo com uma fonte ouvida pela AFP, que não informou quem são as vítimas.

Os atentatos são um protesto contra o filme "A inocência dos muçulmanos", que apresenta o profeta Maomé e os islâmicos como pessoas imorais e violentas. O vídeo acirrou os ânimos no Egito, Iêmen, Líbia e Tunísia, com os protestos estendendo-se para outros países da África e da Ásia. Apesar de as autoridades terem reforçado a segurança em todas as sedes diplomáticas que são alvos da revolta dos muçulmanos, não podem legalmente impedir a divulgação do filme.

Filme polêmico

Apesar das manifestações contra o Ocidente terem se intensificado, os Estados Unidos não podem tomar uma medida contra o autor do polêmico filme em função da garantia constitucional de liberdade de expressão.

O filme, que apresenta os muçulmanos e seu profeta Maomé como pessoas imorais e violentas, é uma produção de baixo orçamento realizada nos EUA e financiada por um produtor ligado à igreja cristã copta, identificado como Nakula Basseley Nakula, de 55 anos, que mora na Califórnia.

Algumas partes do filme, difundidas na internet ou por canais de televisão privados, fazem referência à vida de Maomé e tocam em temas como a homossexualidade e a pedofilia, apresentando os muçulmanos como imorais e gratuitamente violentos.

"Eu sei que é difícil compreender por que os Estados Unidos não podem proibir este tipo de vídeo, mas quero ressaltar que, com as tecnologias modernas, isso é impossível. Mas, inclusive, se não o fosse (...) não podemos impedir que os cidadãos expressem seus pontos de vista, mesmo quando não compartilhamos deles", explicou a secretária de Estado Hillary Clinton.

"Defender a violência é algo, inclusive, que está protegido pela Constituição. E neste caso, não se trata de violência, é apenas uma paródia e uma crítica da religião", declarou Eugene Volokh, professor da Universidade da Califórnia, falando a respeito do filme e sobre a liberdade de expressão garantida pela primeira emenda da Constituição americana.

Dessa maneira, Nakula não será processado pelas autoridades americanas, e ainda terá o benefício da proteção policial em sua residência, localizada na periferia de Los Angeles, e onde permanece recluso por medo de represálias.

Steve Klein, um cristão evangélico que admite ter trabalhado como consultor do filme, afirmou que não se sentia responsável pela morte dos quatro americanos em Benghazi. "Eu não assassinei essas pessoas, são eles (os manifestantes na Líbia) que apertaram o gatilho. Foram eles que assassinaram o embaixador", afirmou à cadeia televisão CNN.

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