(Divulgação/CGU)
Na cidade de Patrocínio, no Alto Paranaíba, recursos do governo federal destinados à saúde vão, literalmente, pelo ralo. O município, de 83,1 mil habitantes, não é o mais pobre do Estado – como Itinga, no Vale do Jequitinhonha –, mas é o que apresenta maior número de irregularidades na gestão de dinheiro público oriundo da União.
Ocupando a 183ª posição no ranking do Índice Mineiro de Responsabilidade Social, Patrocínio expõe os moradores que necessitam de utilizar de serviços públicos à situação degradante. Se precisa ir a uma unidade de saúde, corre-se o risco de ser contaminado com a dengue. Faltam medicamentos e existem servidores municipais recebendo Bolsa Família.
Fiscalização da Controladoria Geral da União (CGU) detectou diversas irregularidades na prestação de serviços públicos na cidade. Dentre elas, está a péssima condição de infraestrutura das unidades de saúde. Em uma delas, a de Boa Esperança, foi encontrada uma cadeira com foco de dengue.
Na sala onde funcionava o consultório odontológico, pedaços de pano tampam o cano de onde sai esgoto. “Aproximadamente uma semana antes desta fiscalização, teria havido um regurgitamento de esgoto no cano branco, inundando todo o centro de saúde com lodo contaminado. “A unidade não possui abrigo de resíduos sólidos”, descrevem os técnicos da CGU. Eles visitaram 11 municípios mineiros no ano passado. Conforme reportagens do Hoje em Dia, o objetivo é o de detectar fraudes na aplicação de recursos do governo federal repassados às prefeituras.
Em Patrocínio, foram fiscalizados R$ 13,8 milhões. Na cidade, medicamentos para diabetes, hipertensão e outros que deveriam ser disponibilizados gratuitamente estão em falta, apesar do envio de recursos federais ao município. Como a União repassa a verba e exige uma contrapartida, a administração é obrigada a injetar um complemento.
Até o Bolsa Família
Em Patrocínio, até o Bolsa Família é fraudado. A CGU identificou 199 famílias com renda superior à aferida para a entrada no programa. Além disto, outras 14 famílias de servidores públicos da prefeitura estavam recebendo mensalmente o Bolsa Família. A CGU pediu os cancelamentos.
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