Atriz italiana Claudia Cardinale fala sobre diretores

Paulo Henrique Silva - Do Hoje em Dia
02/11/2012 às 14:39.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:49

(Divulgação)

SÃO PAULO – Quando é apresentado a Claudia Cardinale, uma das musas do cinema italiano, durante as filmagens de “A Pantera Cor-de-Rosa” (1964), o ator David Niven não perde a oportunidade de elogiar os dotes da colega de elenco, afirmando que “junto com o italiano, ela era a melhor invenção italiana”.

Acostumada a esse tipo de galanteio, Claudia virou, nas décadas de 1950 e 1960, objeto de desejo dos homens e provocadora de ciúmes nas mulheres. A esposa de Henry Fonda, por exemplo, não largou do pé do marido quando o ator estava no set de “Era uma Vez no Oeste” (1968), de Sergio Leone.

“Henry nunca tinha feito uma cena de amor antes. Durante a filmagem da cena, ela ficou sentada ao lado da câmera, acompanhando tudo”, recorda, com bom humor. Mas jura que nunca passou dos limites, mesmo trabalhando com os garbosos Marcello Mastroianni, Jean Paul Belmondo e Sean Connery.


Nada é de verdade

“Cinema é fingimento. Não tem nada de verdade”, assinala a atriz de 73 anos, que esteve na capital paulista a convite da 36ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Ela veio participar da apresentação de seu mais recente filme, “O Gebo e a Sombra”, de Manoel de Oliveira.

Não é a primeira vez que vem ao Brasil. Por duas vezes filmou no país, em “Uma Rosa para Todos” (1965), de Franco Rossi, e “Fitzcarraldo” (1982), de Werner Herzog. No primeiro, viveu “uma mulata brasileira que dormia com um homem diferente a cada dia, daí o nome do filme e também da personagem”.

Ela confessa não se lembrar muito bem como foram as filmagens em favelas cariocas, mas não esquece a difícil relação com o diretor. “Não era muito simpático”, diz.

Foi no Brasil também que desfrutou da sua maior aventura no cinema, na realização de “Fitzcarraldo” no Amazonas.

“Herzog era louco, mas gosto de loucos”, salienta, recordando-se de que Jason Robards chegou a filmar duas semanas como protagonista, mas depois de subir em uma árvore dizendo que queria comer um New York Steak, foi preciso chamar um psicanalista para fazê-lo descer, sendo substituído por Klaus Kinski.

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