Au Revoir Simone é atração da Virada Cultural Paulista

Jotabê Medeiros - Agência Estado
24/05/2013 às 12:54.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:59

Sancta Barbara bene juvante ("Sob a proteção de Santa Bárbara", em latim). O lema bordado na bandeira da cidadezinha de Santa Bárbara d’Oeste, a 138 km de São Paulo, parece cair como pó de pirlimpimpim nas asas de Annie, Erika e Heather, as meninas do Au Revoir Simone, três garotas norte-americanas que tocam teclados, cantam como fadas e fazem uma música que é definida como "dream pop" (ou pop dos sonhos).

Pela primeira vez no Brasil, a banda cult do Brooklyn, Nova York, não vai tocar na capital. São a principal atração da Virada Cultural Paulista (a contrapartida estadual da Virada de São Paulo). Tocam às 18h30 de domingo (26) em Santa Bárbara e, à 0h30, fazem novo show a 42 quilômetros dali, em Indaiatuba.

A banda de Annie Hart, Erika Forster e Heather D’Angelo é cultuada em todo o mundo. Na Europa, pensam que elas são francesas, por causa do nome - sugere alguma homenagem neofeminista a Simone de Beauvoir. Mas não poderia ser mais equivocado: são superamericanas e o nome veio em 2003, a partir de uma brincadeira do programa de TV do humorista Pee-Wee Herman.

Annie Hart falou por telefone à reportagem. A melhor notícia do Au Revoir Simone: elas, que desde 2009 não fazem um disco de canções inéditas, têm um novíssimo álbum pronto para ser lançado e pretendem tocar 5 músicas do novo trabalho no Brasil, avisou Annie.

O som delas é flagrantemente romântico e climático, assim como a poesia das garotas. "Bem, eu sou nova aqui, mas isso não quer dizer que eu tenha de responder a questões idiotas ou dar tiros no escuro. Sei que sou uma criança. Mantenho isso vivo. Isso torna as coisas mais difíceis. Eu me lembro de lembrar", diz a letra de "Another Likely Story" (do celebrado disco "Still Night, Still Light", de 2009).

Já tocaram em uma retrospectiva dos filmes de David Lynch, na Fondation Cartier, a convite do próprio cineasta. O pessoal da moda delira com elas. Fizeram música para um desfile da francesa Ivana Helsinki e Kate Spade. Suas músicas podem ser ouvidas em séries de TV como "Grey’s Anatomy" e "Ugly Betty". "Em geral, cinema e moda não têm a menor influência quando compomos. Eu geralmente falo de coisas que me afetam emocionalmente, coisas que eu vivo no dia a dia. Talvez isso possa dar essa ilusão cinemática, porque tem um certo pique de cinema, mas são coisas da minha vida real", diz Annie.

Destaques

Depois de passar pelo Rec Beat do Recife, em fevereiro, o grupo colombiano Monsieur Periné, influenciado pelo jazz cigano de Django Reinhardt, dos anos 1930, já foi convidado a voltar ao Brasil. Toca domingo, à 0h30, em Campinas. A bela cantora Catalina Garcia, que gosta de Tulipa Ruiz e B-Negão, falou sobre o retorno. "Chegamos a Django casualmente. Dois dos nossos integrantes estudavam a música dele. Quando começamos a tocar esse gênero, vimos que saía muito natural", afirmou Catalina, que também atribui influência da música mexicana ranchera no seu som. 
http://www.estadao.com.br

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