Auditora fiscal que acusou secretário municipal será exonerada

Agência Estado
06/11/2013 às 18:18.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:58

A servidora Paula Sayuri Nagamati, que acusou o secretário municipal de Governo de São Paulo, Antônio Donato, de receber dinheiro do grupo que fraudava o Imposto Sobre Serviços (ISS), será exonerada. A oficialização da dispensa deve ser publicada no Diário Oficial da Cidade nesta quinta-feira (7).

Auditora fiscal de carreira, Paula ocupava o cargo comissionado de supervisora técnica 2 da Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social, pasta comandada pela secretária Luciana Temer. A funcionária prestou depoimento ao Ministério Público (MP) no dia 31. Ela declarou que ouviu de Ronilson Rodrigues, um dos líderes da quadrilha, que o grupo "apoiou a campanha" de Donato a vereador, financiada "com dinheiro, fruto da fiscalização".

Em reposta, o prefeito Fernando Haddad (PT) voltou a defender Donato e desqualificou as acusações da fiscal, dizendo que ela pertence ao "núcleo da quadrilha". A fraude no ISS foi cometida entre 2007 e 2012, durante a gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), e pode ter desfalcado a Prefeitura em até R$ 500 milhões.

Outro envolvido com o esquema, Fabio Camargo Remesso, também foi suspenso do cargo na semana passada. Auditor fiscal, ele atuava como assessor na Secretaria Municipal de Relações Governamentais, cujo titular é João Antonio. Remesso foi indicado pelo vereador Nelo Rodolfo (PMDB).

Auditores

Quatro auditores fiscais da Prefeitura de São Paulo foram presos na manhã do dia 30, acusados de integrar uma quadrilha que cobrava propina para reduzir o ISS devido por construtoras. O rombo estimado de R$ 500 milhões nos cofres do município é o valor que teria deixado de ser arrecadado de 2007 a 2012.

O ISS é um requisito para que os empreendimentos obtenham o habite-se, documento que atesta que a obra pode ser ocupada. Um dos servidores, Luís Alexandre Cardoso de Magalhães, foi solto na segunda-feira, 4, após acordo de delação premiada. Eduardo Horle Barcellos, Ronilson Bezerra Rodrigues e Carlos Di Lallo Leite do Amaral permanecem detidos.

A ação é a primeira da Operação Acerto de Contas, parceria da Controladoria-Geral do Município (CGM) e do Ministério Público Estadual para combater a corrupção dentro das repartições municipais. O esquema é tratado por Haddad como "um dos maiores escândalos já descobertos na cidade".
http://www.estadao.com.br

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por