Aumentam as multas por invasão de faixas em SP

Caio do Valle
29/09/2013 às 21:24.
Atualizado em 20/11/2021 às 12:53

O perfil das multas de trânsito está mudando na cidade de São Paulo. Estatísticas da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) mostram que as infrações que há muito tempo ocupam o topo do ranking das notificações, como o desrespeito ao rodízio e o estacionamento proibido, deixaram de crescer na gestão Fernando Haddad (PT). Por outro lado, há mais flagrantes da invasão de corredores e faixas de ônibus.

A quantidade de infrações para quem invade faixas exclusivas e corredores saltou 63,7%, passando de 215,2 mil nos oito primeiros meses do ano passado para 352,5 mil no mesmo período de 2013. No mesmo recorte temporal, contudo, as infrações por rodízio caíram 3,6% e, no caso do excesso de velocidade, 2,6%. O total de multas aplicado nesses meses ficou estável em 6,4 milhões.

Isso não significa somente que mais motoristas estejam cometendo a infração de invadir corredores e faixas do que no passado. Indica também que o foco da fiscalização mudou, e há mais fiscais autuando a invasão das faixas. É o que defende o especialista em engenharia de tráfego Alexandre Zum Winkel. "O número de marronzinhos é o mesmo, mas a quantidade de faixas aumentou. Como é um processo novo, é teoricamente correto que a CET transfira esses agentes de outras funções, pois é preciso ter uma ação educativa", diz. Além dos cerca de 1,5 mil marronzinhos, todos habilitados a registrar multas nas faixas, elas são fiscalizadas por um reforço de 690 fiscais da São Paulo Transporte (SPTrans).

Presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Sistema de Operação de Tráfego do Estado de São Paulo (Sindviários), Reno Ale acredita que a própria evolução dos quilômetros de faixas exclusivas para ônibus na capital contribuiu para o aumento de multas. Desde fevereiro, o governo Haddad já implementou 220 km de faixas. "Há também gente desprevenida, principalmente quem ficou fora da cidade e voltou a dirigir por aqui agora, com essas faixas", diz o sindicalista. "Há motoristas que, quando verificam que há lentidão na faixa em que eles estão, invadem a de ônibus. Para evitar esse tipo de coisa e consolidar a política das faixas exclusivas, é preciso aplicar multas."

Winkel cobra a intensificação da fiscalização por radares, "para flagrar infrações que coloquem em risco a vida das pessoas, como excesso de velocidade". Já a CET informou que o número de radares não mudou desde 2012: são 587 aparelhos. Uma licitação para a instalação de mais equipamentos está parada no Tribunal de Contas do Município (TCM).

Em nota, a CET informou que o projeto para melhorar o desempenho dos ônibus "está diretamente ligado ao rigor no monitoramento por parte dos agentes" e "cabe à fiscalização de trânsito resguardar para que a exclusividade dos deslocamentos nos eixos onde há faixas segregadas para os ônibus seja respeitada".

Segundo a Prefeitura, a cidade tem hoje mais do que o dobro de faixas exclusivas em relação a dezembro.


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
http://www.estadao.com.br

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