Avanço do etanol é realidade no Brasil

Jornal O Norte
19/10/2007 às 11:13.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:20

Enquanto se prega uma imagem de que o País deixa de produzir alimentos para produzir etanol, governo federal mostra que ainda tem 90 milhões de hectares potencialmente preparados para atender ao plantio de cana-de-açúcar

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

O vice-presidente do BNDES- Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico, Armando Mariante, disse que os desembolsos do banco para o setor de etanol deverão totalizar R$ 3,2 bilhões em 2007, ante R$ 2,02 bilhões no ano passado. Segundo ele, a previsão é de implantação no Brasil de 100 novas usinas de etanol até 2010.

Só no Projeto Jaíba a Sada pretende investir bastante na produção de cana-de açúcar. A expectativa é que sejam plantados cerca de 450 hectares de cana para abastecer a usina. O governo de Minas espera que a chegada da Sada à região proporcione emprego e renda as famílias, seja na produção de cana tanto quanto na de oleaginosas para obtenção do biodiesel. Inclusive a empresa também tem uma usina que processará o biodiesel. Segundo Marcelo Franco, representante da Secretaria estadual de Ciências e Tecnologia falou durante assinatura de convênio com a Fundetec- Fundação de desenvolvimento tecnológico do Norte de Minas, em Montes Claros que a Sada conseguiu através de uma emenda parlamentar recurso da ordem de R$ 1.2 milhão para construção de uma máquina esmagadora de sementes de oleaginosas para atender a usina do biocombustível limpo.

Ainda durante o evento segundo a agência estado, o ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia disse que o Brasil ainda dispõe de 90 milhões de hectares de áreas potencialmente agricultáveis e, portanto, no caso brasileiro, a dicotomia entre alimentos e biocombustíveis não existe.

Em estada no Norte de Minas, o ex-ministro da Agricultura, Alysson Paulinelli havia dito que no caso do etanol era preciso que os produtores de cana dessem uma freiada na questão de abri mais usinas, temendo que o Brasil não suporte atender a tantas. Certamente, informou Paulinelli,os usineiros têm que pensar que é preciso atender as condições ambientais e fazer análise de mercado para se abrir mais usinas, afinal, concluiu, -haja matéria-prima para atender a todo mundo-.

Para Mariante é quase uma hipocrisia afirmar que a cana-de-açúcar representa ameaça para a produção de bens no País, e o BNDS continuará apoiando investimentos em usinas de etanol, em bioenergia, além de projetos de reestruturação, logística, infra-estrutura, engenharia e bens de capital vinculados a esse setor.

BIOTECNOLOGIA EM CONTRAPARTIDA

Enquanto se decide que o Brasil tem ou não área para expansão da cana as pesquisas ainda são a tônica de qualquer produção. No Norte de Minas a Fundetec vislumbra em parceria com o governo mineiro equacionar a construção de um centro de excelência e biotecnologia no qual Montes Claros teria o chamado braço de apóio, que residiria nas dependências do Parque tecnológico do Agronegócio. Aqui portanto, conforme defendeu Marcelo franco funcionaria o braço do biodiesel, tendo em vista a sede da usina de refinamento do óleo do biocombustível.

- Não será difícil trazer recursos para enredar a construção de um braço do Centro de biotecnologia para Montes Claros, isso porque a Embrapa vai construir em Minas uma plataforma que tratará do assunto, portanto, a possibilidade de duplicar o valor dos recursos a serem aplicados nesse braço será grande, disse.

A intenção é que o Centro de bioenergia seja construído em Belo Horizonte, sendo que no Parque Tecnológico teria uma unidade de biotecnologia coordenado pela Epamig- Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais que geraria tecnologias para atender a demandas dos produtores.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem afirmado em suas andanças que o mundo vai se curvar aos biocombustíveis e deixou claro que o Brasil não cederá a críticas relacionadas ao avanço das áreas de plantio de cana-de-açúcar.

Lula caracterizou como irreversível a evolução do álcool e do biodiesel e voltou a colocar o Brasil em uma posição privilegiada em relação a outros competidores internacionais.

- Podem falar o que quiserem, mas é irreversível. O mundo vai se curvar aos combustíveis renováveis e, na hora em que o mundo se curvar, não terá ninguém para competir com o Brasil, e isso não significará redução da área de plantio de alimentos, concluiu. (Com agência)

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