Base do Novo na Assembleia ainda é inexpressiva

Lucas Simões
lsimoes@hojeemdia.com.br
28/10/2018 às 21:39.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:29

(Lucas Prates)

Apesar do desempenho surpreendente nas urnas, ultrapassando os 4 milhões de votos na primeira disputa a um cargo público, o próximo governador do Estado, Romeu Zema (Novo), deverá enfrentar forte oposição na Assembleia Legislativa. Por isso, dizem analistas, terá que, a partir de amanhã, abrir o diálogo com os vários partidos representados na Casa Legislativa. 
Com a maior bancada da casa, somando dez deputados eleitos, o PT deverá puxar o bloco oposicionista e fazer frente principalmente às propostas de privatização e enxugamento do Estado, base de toda a campanha de Zema.

Mesmo após eleger pela primeira vez para a Assembleia três deputados, o Novo não terá, em um primeiro momento, base suficiente de apoio ao novo governador. Daí a necessidade de composição. Para o cientista político Sérgio Gadelha, da Universidade Federal de Minas Gerais, a tendência é a de que o Novo se alinhe ao PSL, que elegeu seis estreantes para a Assembleia neste ano. 

O PSL é o partido de Jair Bolsonaro, a quem Zema demonstrou apoio e simpatia durante a corrida eleitoral, chegando a pedir votos para o então presidenciável em um debate da TV Globo no primeiro turno.
“Mesmo que o Novo tenha eleito três representantes, o que é algo notável, claro, e que tenha apoio do PSL, o apoio ao governo não chegará a dez parlamentares, ou seja, a bancada do PT sozinha é superior a uma eventual união de Novo e PSL”, diz Gadelha. 

Além disso, o cientista político analisa que, a depender das políticas adotadas por Zema, como privatizações e mudanças drásticas na administração estatal, o bloco declaradamente oposicionista pode crescer, puxando os deputados do MDB e do PSDB, que detêm a segunda e terceira maiores bancadas da Casa, com sete parlamentares cada.

“MDB e PSDB dificilmente vão aceitar um governo sem diálogo. Vão querer barganhar também, até porque têm as maiores representatividades juntos. Então, é algo a que o novo governador precisa estar atento. Ter o apoio desses dois partidos pode fazer um governo Zema com menos entraves”, diz Sérgio. 

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