BC injeta R$ 23,2 bilhões na economia

Jornal O Norte
16/10/2008 às 10:38.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:47

Apesar das críticas dos parlamentares que fazem oposição ao governo Lula,BC- Banco Central anunciou mais uma medida de flexibilização dos depósitos compulsórios, o que vai promover uma injeção de R$ 23,2 bilhões no sistema financeiro. Nas últimas semanas, a autoridade monetária tomou outras medidas nessa área e liberou, ao todo, cerca de R$ 60 bilhões para minimizar a falta de dinheiro no mercado, problema enfrentado sobretudo por pequenos e médios bancos. Essas instituições têm tido grande dificuldade para captar recursos depois que as fontes externas secaram com o agravamento da crise internacional. Segundo o BC, a nova medida visa a aumentar a liquidez no sistema financeiro.

As decisões do BC alteram duas regras. A primeira medida aumentou de R$ 300 milhões para R$ 700 milhões o abatimento de que as instituições podem se valer para calcular o recolhimento compulsório que incide sobre depósitos a prazo (como os Certificados de Depósito Bancário, os CDBs). Com isso, instituições que precisam recolher até R$ 700 milhões em compulsório desse tipo de conta ficarão livres de transferir recursos para a autoridade monetária. Segundo o BC, a decisão vai injetar R$ 6,3 bilhões na economia a partir de 13 de outubro. Esses recursos eram recolhidos em títulos públicos.

A segunda medida reduz de 8% para 5% a alíquota de recolhimento compulsório adicional sobre depósitos à vista (como a conta corrente) e a prazo. Nesse caso, a mudança vai injetar, a partir do dia 10, outros R$ 16,9 bilhões que estavam depositados em espécie no BC e eram remunerados conforme a taxa Selic. O compulsório adicional da poupança continua em 10%.

Desde a piora da crise, com a quebra do banco de investimento Lehman Brothers, o BC alterou quatro regras do compulsório em menos de um mês e, assim, foram liberados cerca de R$ 60 bilhões. Apesar de dizer genericamente que o objetivo é ampliar a liquidez geral, a decisão da autoridade monetária deve fornecer recursos principalmente para as instituições de menor porte, que têm enfrentado dificuldades para captar dinheiro no mercado.

Para o ex-diretor do BC Carlos Thadeu de Freitas a medida “não faz sentido” porque flexibiliza os depósitos remunerados pela Selic, ao invés de liberar os que não geram rendimentos. Segundo ele, os bancos vão pegar os recursos e aplicar em títulos públicos ou manter nas operações de um dia do BC (overnight), para não correr riscos, ao invés de emprestar para os bancos pequenos ou ofertar no mercado. “A medida simplesmente vai fazer com que os bancos voltem para operações remuneradas a taxa Selic”, afirmou.

Mudanças promovem aumento de liquidez no mercado Embora considere que há um risco de as mudanças da autoridade monetária não terem um efeito imediato, por conta da elevada aversão ao risco, a economista do Banco Real Tatiana Pinheiro avalia que as medidas aumentam a liquidez no sistema financeiro, aliviam as condições de crédito e diminuem o custo de obtenção de recursos, o que beneficia em maior medida os bancos pequenos e médios. - O BC tem sido muito preventivo no sentido de monitorar a liquidez, afirmou Tatiana. Para ela, a ação deve acelerar uma melhora nas condições do sistema financeiro brasileiro à medida que for sendo retomada a confiança. -As medidas do BC vão se tornar mais efetivas conforme a confiança melhore, afirmou. O senador Francisco Dornelles (PP-RJ), ex-ministro da Fazenda, sugeriu que, além de reduzir o compulsório dos bancos, o governo reduza as alíquotas do IOF- Imposto sobre Operações Financeiras incidente nos empréstimos e reduza a taxa básica de juros. (com informações de agência)

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