Apesar de não se saber ao certo qual a matriz energética a vigorar no Norte de Minas, produtores e demais agentes da cadeia produtiva aguardam um sinal das empresas de pesquisa para investir na planta certa. Ou pelo menos na oleaginosa que oferecer melhor retorno econômico

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

Começa nesta segunda-feira a 18ª semana do produtor rural em Montes Claros. Em pauta uma programação regada a temas pungentes como o biodiesel. Com a instalação da usina de biodiesel a todo vapor em Montes Claros os investidores já ambicionam aplicar seus recursos na região.

Apesar de a inclusão social do pequeno produtor não está bem definida dentro da cadeia produtiva, faltando alguns ajustes por parte da Conab - Companhia nacional de abastecimento, que fará o contato com os produtores, tudo indica que há um grande espaço no mercado para a chegada do combustível renovável. Por enquanto não foi definida a planta energética a se produzir no Norte de Minas, mesmo tendo produtores assumindo por conta e risco o plantio de pinhão-manso.

Segundo a Epamig - Empresa de pesquisa agropecuária de Minas Gerais a matriz energética que acredita ser a mais viável economicamente, apesar do longo período de produção, é o pinhão-manso.

Todos esses assuntos podem ser questionados durante a Semana que trará, conforme o Núcleo de ciências agrárias, o ministério do Desenvolvimento Agrário para falar sobre a questão bem como a própria Petrobras, estatal responsável pela compra da matéria-prima. Vale lembrar que a estatal vai comprar apenas o óleo para feitura do biocombustível, os subprodutos serão comercializados com outras empresas e em alguns casos reaproveitados dentro da própria propriedade rural.

Por isso vários órgãos vão dar suporte à cadeia produtiva. O bagaço pode se transformar em alimento para o gado, e no caso do pinhão pode-se obter tinta para tingir linho entre outras funções.

EXPECTATIVA DE PRODUÇÃO

No mês de dezembro do ano passado, em visita a Montes Claros, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva disse que é preciso ensinar o povo a plantar mamona, pinhão-manso entre outras plantas de onde se subtrai o óleo apropriado para a composição do biodiesel. O governo federal pretende promover a inclusão social dos agricultores familiares com o programa nacional do biodiesel e para isso tem realizado mudanças na linha de crédito do Pronaf - Programa nacional de agricultura familiar.

Alguns especialistas dizem que os produtores ainda precisam de instruções, já que a informação geralmente demora a chegar até o homem do campo. Basicamente os médios e grandes produtores é que têm esse acesso à melhor forma de conduzir a lavoura e esse talvez seja um impasse a se posicionar no caminho do governo, conforme instituições de pesquisa.

Em sua vinda em Montes Claros para divulgar a instalação da usina, Lula garantiu que o objetivo é realmente contemplar os pequenos agricultores.

Num primeiro momento não será permitida produção em larga escala. O governo federal prevê que com a fabricação do novo combustível o país deixará de importar óleo diesel, gerando economia de recursos que poderão ser utilizados na área social. Outra conseqüência positiva apontada por Lula, é que para cada trabalhador empregado na fábrica outros mil estarão no campo, no cultivo da mamona e do pinhão-manso.

Um dos problemas a ser enfrentado pelo produtor de matéria-prima é a alta demanda de litros do biocombustível, e principalmente com relação à política de incentivos tributários.

A expectativa é de que o Brasil irá produzir 1,118 bilhão de litros de biodiesel ao ano em 2008, 39,75%, mais que a demanda de 800 milhões de litros esperada para suprir a mistura mandatória de 2% ao diesel de petróleo, a B2.

O volume disponibilizado em 2008 será, segundo o governo federal, a soma dos 49 milhões de litros por ano oferecidos pelas cinco unidades já existentes, dos 61 milhões de litros, a serem produzidos, empresas em fase de regularização e pelos 24 projetos em construção ou em projeto.

A expectativa é de que o Brasil irá produzir 1,118 bilhão de litros de biodiesel ao ano em 2008, 39,75% mais que a demanda de 800 milhões de litros esperada para suprir a mistura mandatória de 2% ao diesel de petróleo, a B2.

DENTRO DA PROGRAMAÇÃO

Vários assuntos serão pautados, além do biodiesel como: Cooperativismo, Horta caseira, Alimentação Estratégica do gado de corte no período da seca, Formação e Manejo de Pastagens, Inseminação Artificial de bovinos, Engorda de bovinos em confinamento; Manejo de crias bezerros leiteiros, Manejo de crias em caprinos e ovinos, Uso da inseminação artificial, Transferência de embrião e Fertilização in vitro na reprodução de bovinos; Treinamento do trabalhador na ovinocultura de corte, Obtenção higiênica do leite, entre outros. Haverá também assuntos relativos às Construções rurais e Mecanização agrícola, Medicina alternativa, Agroindústria, Meio ambiente, entre outras palestras.

A abertura da semana do produtor rural está programada para as 18 horas.

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