Bioenergia: nova aposta da cadeia produtiva do agronegócio

Jornal O Norte
02/05/2007 às 09:25.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:03

Dia de Campo sobre bioenergia reúne cerca de 450 participantes em Acauã, Leme do Prado. Conforme informou a Epamig- Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, promotora do dia de campo, o evento contou com a participação de técnicos, estudantes, produtores rurais, empresários e demais interessados no setor, dos municípios da região, de Belo Horizonte e dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará.

Os participantes realizaram visitas aos campos experimentais de mamona, pinhão-manso, cana-de-açúcar e girassol, orientados por técnicos e pesquisadores da Epamig, que falaram sobre investimentos, produtividade, controle de pragas e rentabilidade de cada uma das culturas. Também assistiram a palestras sobre o Programa de Biodiesel em Minas Gerais e sobre os projetos da Petrobras e do ministério de Desenvolvimento Agrário no setor de bioenergia.

As pesquisas da Empresa de pesquisa agropecuária de Minas Gerais na produção de oleaginosas se concentram no Norte do estado e buscam espécies adequadas às condições climáticas e que possam ser alternativas de desenvolvimento econômico da microrregião e dos Vales do Jequitinhonha e do Mucuri.

- A Epamig tem papel fundamental no setor de bioenergia e em todas as ações de desenvolvimento para as regiões do Norte de Minas e do Vale do Jequitinhonha, destacou o diretor de Operações Técnicas da Empresa, Enílson Abrahão.

As pesquisas com mamona, pinhão-manso e girassol como matéria-prima para a produção de biodiesel são associadas a culturas de subsistência  como feijão, que propiciam ao produtor melhor aproveitamento da área plantada. No caso, da cana-de-açúcar a proposta é incentivar a produção de etanol, já que o Vale do Jequitinhonha é um tradicional produtor de cachaça e outros derivados da cana.

O chefe do Centro Tecnológico do Norte de Minas (CTNM/EPAMIG), Marco Antônio Viana Leite, destacou a importância de eventos como este, que difundem conhecimentos e aproximam os produtores rurais dos pesquisadores.

- A tecnologia é um dos principais fundamentos da economia. Não existe desenvolvimento sem tecnologia e os produtores são o foco principal da Empresa, afirmou.

Os organizadores e palestrantes enfatizaram que a demanda por combustíveis limpos está aumentando em todo o mundo e que a produção de biocombustíveis é uma alternativa viável para a agricultura familiar. Segundo eles, é necessário que os pequenos produtores se agrupem formando cooperativas que os capacitem a disputar novos mercados.

O gerente de implantação da Refinaria da Petrobras em Montes Claros, Júlio César Monteiro Lopes, disse que a nova unidade, que começa a funcionar em 2008, não vai comprar grãos, e sim o óleo extraído.

- A negociação não será com os pequenos produtores, será com as cooperativas de agricultura familiar, que vão processar e comercializar o óleo e a torta de vegetais, que dependendo do grão pode ser usada como fertilizante ou na alimentação animal.  

PAUTA

As matérias-primas que foram pautadas para discussão foram a cana-de-açúcar, mamona, pinhão manso e girassol.

Atualmente no Brasil já existem produtores que produzem dentro da própria propriedade seu biocombustível caso que é freqüente na região Sul do Brasil.

Com essa perspectiva de produção do biocombustível por meio dessas oleaginosas é que a Epamig quer apresentar a cerca de 500 produtores qual a melhor maneira de produzi-las.

Com a intenção de adicionar cerca de 2% de biodiesel ao diesel comum o governo quer que o produtor conheça bem sobre o manejo das produções de oleaginosas a fim de que toda a cadeia se organize e consequentemente todos saiam no lucro.

Para Marco Antônio Viana Leite, chefe da Epamig, levar informação sobre a produtividade das oleaginosas é fator importante para empresa que trabalha justamente para atender as demandas dos produtores.

- Nosso objetivo é levar o que as pesquisas descobriram para que o produtor aplique em sua propriedade rural. Assim é possível saber qual o tipo de solo, e o que mais deve ser usado para que não haja perdas na produção- conclui.

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