RIO DE JANEIRO - O presidente da Central das Cooperativas de Catadores de Materiais Recicláveis do Distrito Federal e Entorno (Centcoop-DF), Ronei Alves da Silva, comemorou nesta quarta-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, a aprovação de recursos não reembolsáveis do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para promoção da inclusão social e produtiva de catadores na capital federal. Ele espera que os recursos sejam aplicados de forma correta.
“Este é um projeto importante, mas desde que ele seja efetivado”. Acrescentou que “a gente sabe que é extremamente importante a ação do BNDES de disponibilizar o recurso para implantação dos centros de triagem e da coleta seletiva, mas o que mais preocupa a gente hoje em dia é se o dinheiro vai ser bem utilizado pelo governo do Distrito Federal”, disse à Agência Brasil.
Oriundos do fundo social do banco, os recursos totalizam R$ 21,3 milhões e deverão ser aplicados na instalação e estruturação de 12 centros de triagem e capacitação de 2.160 catadores. A meta, segundo informou o BNDES, por meio da assessoria de imprensa, é elevar a renda média mensal dos catadores de R$ 400 para R$ 720, nos próximos três anos.
Ronei Alves da Silva lembrou que a implantação da coleta seletiva em todo o país é uma iniciativa do governo federal devido à Lei 2.305, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A legislação prevê o fim dos lixões no território nacional até 2014. Ele ressaltou porém, que para que o objetivo seja alcançado, é necessário primeiro implantar as unidades de triagem.
Atualmente, 25 cooperativas de catadores de materiais recicláveis estão filiadas à Centcoop-DF, informou Silva. Elas reúnem entre 3,8 mil e 4 mil catadores.
A assessoria da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do DF confirmou que, atualmente, apenas uma empresa terceirizada faz a coleta de lixo na capital federal. O volume de resíduos comerciais e residenciais recolhido por dia alcança 2.400 toneladas, das quais em torno de 98% são aterrados no Lixão da Estrutural e apenas 2%, ou o equivalente a 48 toneladas, são encaminhadas para reciclagem, graças à ação dos catadores. Boa parte da reciclagem é feita fora do Distrito Federal, informou a secretaria.
Encontra-se em curso uma licitação para seleção de empresas para a coleta seletiva nas 32 regiões administrativas do DF. O objetivo é ampliar a coleta seletiva, aumentando o volume de material destinado à reciclagem para 412 toneladas, o que significará 15% do total de resíduos sólidos gerados. De acordo com a secretaria, a meta é até o fim de 2014 ter a coleta seletiva totalmente implantada na capital federal.
O apoio financeiro não reembolsável do BNDES corresponde a 50% do valor total que será investido no projeto. Esta é a quarta operação aprovada pelo BNDES com a mesma finalidade. Contratos semelhantes já foram firmados com as cidades do Rio de Janeiro, no valor de R$ 22 milhões, de Curitiba (R$ 26,3 milhões) e Porto Alegre (R$ 9 milhões), informou o banco.