Boas expectativas para a apicultura no Norte de Minas

Jornal O Norte
29/04/2008 às 16:21.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:31

Valéria Esteves


Repórter

Tempo bom para a apicultura brasileira. O volume de vendas continua crescendo desde o primeiro semestre deste ano e a receita de exportações cotada em US$6,24 milhões, conforme dados do Sebrae, cresceu uma média de 361%. Foram comercializadas 3,26 mil toneladas de mel o que significa um crescimento de 303% na comparação ao mesmo período do ano passado.

Aqui no Norte de Minas, as associações de apicultores já estão sendo beneficiadas com recursos do governo federal via Codevasf- Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba e de devem receber um investimento da ordem de R$ 86 mil a serem empregados na construção e montagem de uma unidade de beneficiamento de mel, com capacidade para atender a cerca de 91 apicultores.

Nos últimos dias, a Arajan - Associação Rural Apícola de Januária fundada há 15 anos fez aniversário e comemorou em clima de festa, já que também serão beneficiadas com o recurso. A demanda por mel em vários municípios tem crescido à medida que o mercado solicita o produto.

As unidades de beneficiamento de mel que estão sendo implantadas no Norte de Minas, em função das demandas de desenvolvimento sustentável das comunidades rurais, têm dado retornos positivos para seus participantes, não só com o fortalecimento da atividade apícola na região, mas também com o aumento da renda dos produtores rurais, diz o superintende da Codevasf, Anderson Chaves.

O valor médio pago pelo mel exportado (US$ 2,11/Kg) é o mais alto dos últimos três anos.

Apesar da suspensão do embargo do mel brasileiro para o mercado europeu, ocorrida em março, o país ainda não realizou nenhuma venda para a Europa.

- Isso se deve ao fato de, até o momento, ainda não haver nenhum entreposto habilitado pelo ministério da Agricultura para exportar mel para o mercado europeu, explica o coordenador nacional dos projetos de apicultura do Sebrae, Reginaldo Resende.

Por conta disso, o principal destino das exportações do mel brasileiro continuou sendo o mercado americano, que importou US$ 1,78 milhão de mel no mês de março. O resultado é equivalente a mais de 85% do valor total comercializado com o mercado externo naquele mês (US$ 2,09 milhões). O montante exportado para o mercado americano, em março, representou um aumento de mais de 106% no valor das exportações de mel do Brasil para os Estados Unidos, na comparação com o mesmo período em 2007.

Os melhores preços pagos pelo mel brasileiro são os da Austrália (US$ 2,30/Kg) e do Japão (US$ 2,40/Kg). No entanto, a participação desses países na formação da nossa receita de exportação de mel ainda é muito incipiente: 2,2% e 0,7%, respectivamente.

O Estado de São Paulo liderou as exportações de mel em março (US$ 619,3 mil), respondendo sozinho por 29,6% das exportações do País. O segundo colocado foi o Paraná (US$ 407 mil), seguido pelo Rio Grande do Sul (US$ 317,3 mil), Piauí (US$ 277,6 mil) e Ceará (US$ 254,7 mil).

Em Minas Gerais, o crescimento também é significativo, mas a cadeia produtiva do mel no estado ainda precisa de mais organização conforme o Sebrae. Em Montes Claros, os agentes da cadeia produtiva já estão encontrando maneiras de comercializar o produto e seus derivados e aproveitando para conscientizar a comunidade sobre a utilidade do mel na alimentação. Todos os anos, a Apisnorte- Associação de apicultores do Norte de Minas tem reservado espaço na feira agropecuária de Montes Claros para vender e falar que também ministram cursos para quem tiver interesse em começar um novo negócio para incremento da renda familiar.

Para incentivar o crescimento do setor, a Companhia está implantando no Norte de Minas, cinco unidades de beneficiamento de mel, sendo que duas já estão funcionando e as outras deverão ser concluídas ainda neste semestre. Hoje já são 17 grupos de produtores de mel atendidos em 16 municípios com mais de 250 apicultores beneficiados. Ao todo, segundo o superintendente, a Companhia investiu mais de R$ 620 mil nessas unidades produtivas. (com informações do Sebrae)

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