MANAUS - Equipes do Corpo de Bombeiros do Amapá encontraram na manhã deste sábado (30) três corpos dos seis trabalhadores desaparecidos no rio Amazonas após um desmoronamento de um barranco no porto da mineradora Anglo American em Santana, a 20 km de Macapá.
O acidente aconteceu na quinta-feira (28). Os trabalhadores foram arrastados para dentro do rio Amazonas. Instalações e equipamentos também foram levados para o fundo do rio. A área destruída foi estimada em 16.100 metros quadrados.
Segundo o coronel Ademar Rodrigues dos Anjos, dois corpos foram encontrados há mais de seis quilômetros do porto da Anglo. Eles estavam próximo de uma fazenda, no município de Santana. O terceiro corpo boiou na região do porto da mineradora. O militar não informou o horário exato dos resgates dos corpos.
Os corpos estão sendo transportados para o Instituto Médico-Legal (IML) de Santana. "Como a água do rio Amazonas é muito fria nesta região, os corpos estão preservados. Não haverá dificuldade para fazer o reconhecimento", afirmou Rodrigues.
No porto de Santana muitas famílias e curiosos aguardam a chegada das equipes dos bombeiros no porto da cidade, que tem 101.203 habitantes.
Mergulhadores continuam as buscas aos outros três desaparecidos nadando em uma área de 45.000 metros quadrados. Eles têm apoio de embarcações da Marinha.
De acordo com Rodrigues, a mineradora Anglo American enviou uma balsa com guindaste para realizar o içamento de equipamentos, que caíram também no rio, para tentar achar os corpos. Mas como a balsa não suportou o peso do guindaste, com mais de 80 toneladas, a operação foi descartada hoje.
O Instituto Estadual do Meio Ambiente (Imap) notificou a mineradora na sexta-feira para apresentar uma perícia sobre as condições do porto, que passou por uma obra de terraplenagem.
A Anglo American afirmou que o acidente foi causado pela movimentação anormal de água no rio Amazonas -uma onda grande que atingiu a orla do rio, provocando o desabamento.
Já o diretor-presidente do Imap, Maurício de Souza, disse que estudos preliminares apontam que não há característica de uma onda para o acidente. "Precisamos levantar se houve uma ampliação da área aterrada", afirmou.