Valéria Esteves
Colaboração para O NORTE
Há a algum tempo a agropecuária familiar vem timidamente crescendo em várias partes do Brasil. A ABCZ- Associação brasileira de criadores de Zebu já soma que 70% da produção nacional vem da agricultura familiar. Mas justamente por ter pouco rebanho é que muita falta as cabeças de gado, perdidas na última seca do Norte de Minas têm feito. Mais de 200 mil cabeças de gado foram mortas devido à escassez de chuva. Mesmo assim, nas últimas feiras agropecuárias, muitos tourinhos foram comprados por pequenos agricultores para atender a demanda de sua propriedade seja gado de corte ou leite. Depois da chegada do programa Pró-Genética, muitos agropecuaristas apostam que pode ser possível aumentar o número de reses no pasto. O programa visa dar condições ao pequeno e médio pecuarista de fazer a melhoria genética do seu rebanho.
Em Minas o Programa recebe o apóio do Ima- Instituto mineiro de agropecuária tanto quanto da assistência técnica da Emater, sem contar com as pesquisas da Epamig- Empresa de pesquisa agropecuária de Minas Gerais. Apesar de já estar em vigor em Minas o Pró-Genética foi lançado nacionalmente em 2007; mas sua atuação nos outros estados ainda é pequena. De acordo com a assessoria da Emater, foi realizada uma reunião com representantes do MDA- ministério do Desenvolvimento Agrário, da Embrapa, da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu e da Asbraer- Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural se reuniram para discutir estratégias de viabilização do Pró-Genética em todo o país. O encontro aconteceu na sede da Emater-MG, em Belo Horizonte. Além da discussão sobre a ampliação do programa, os participantes da falaram sobre a criação de uma rede institucional de suporte à pecuária familiar. De acordo com o gerente do Departamento Técnico da Emater-MG Feliciano Oliveira, o foco da rede será voltado às necessidades do agricultor. -A perspectiva é de que possamos levar esse programa dentro de uma formatação que realmente venha a atender a necessidade dos agricultores familiares, abrangendo todo o país. A rede vai ser definida a partir do Pró-genética, que ancorou a conversa - relata.
CRÉDITO
Vale lembrar que o governo federal disponibiliza linhas de crédito via banco do Nordeste para os pequenos e médios produtores dentro do programa de melhoramento genético de gado. Nos últimos anos a demanda por crédito no BNB tem sido intensa conforme a assessoria de comunicação.
Em Glaucilândia, por exemplo, bem como em Montes Claros os produtores estão confiantes de que o pró-genética é uma maneira encontrada para aumentar a renda do produtor familiar, haja vista, que a região Norte de Minas tem um grande índice de produtividade no setor agropecuário. Os produtores podem tomar o empréstimo pelo Pronaf- Programa nacional de fortalecimento da agricultura familiar, uma parceria do banco do Nordeste, Emater, Sindicato dos trabalhadores rurais e Sociedade Rural.
Os bancos Crediminas e do Nordeste serão os responsáveis pelas linhas de crédito e cartas de adesão, sendo a ABCZ responsável pelo sêmen e disponibilização dos animais. O maior objetivo dos governos federal e estadual é tornar acessível aos pequenos e médios produtores a compra de tourinhos para a melhoria do rebanho, através da introdução dos animais geneticamente melhorados, e sêmen, visando o ganho genético no plantel, com melhoria na produção de carne e leite, de forma a possibilitar aumento de produtividade e rentabilidade em seus negócios.