
TERESÓPOLIS – Arena Castelão, Fortaleza, 19 de junho de 2013, segunda rodada do Grupo A da Copa das Confederações. Brasil e México estão alinhados para as execuções dos hinos nacionais. O sistema de som reproduz a melodia do país anfitrião. A torcida ignora o fim do trecho de 50 segundos, previstos pela Fifa, e quebra o protocolo. Os fãs cantam cada verso, a plenos pulmões, e só param no “Pátria amada Brasil”.
A equipe recém-montada pelo técnico Luiz Felipe Scolari, então substituto de Mano Menezes, se empolga. Os olhos de Neymar brilham. Em campo, o time atropela os mexicanos. Os 2 a 0, com direito a show do camisa 10, foram pouco. A Seleção, que havia batido o Japão (3 a 0), engrenaria de vez na competição até o título sobre a Espanha, no Maracanã.
Um ano depois, os canarinhos retornam ao Ceará, na próxima terça-feira, às 16h, quando encaram novamente o México. Desta vez, a partida é de Copa e abre a segunda rodada da Chave A. No entanto, o propósito não difere. Após uma estreia complicada diante da Croácia (3 a 1), em São Paulo, na última quinta-feira, os brasileiros esperam se valer do mesmo carinho do torcedor local. O objetivo é ganhar moral, se fortalecer no Nordeste.
“Na Copa das Confederações, conseguimos uma bela vitória. Marcamos no início e isso ajudou. Mas o México sempre é um adversário duro, que faz boas partidas contra o Brasil. Será uma final para nós”, avisa o meia Oscar.
De freguês a algoz
Oscar tem razão ao analisar a postura dos mexicanos frente à Seleção. Em Copas, o combinado da América do Norte nunca assustou os canarinhos. Pelo contrário, nas três oportunidades em que se enfrentaram, o Brasil predominou, sem sofrer gols. Foram 4 a 0 em 1950, 5 a 0 em 1954, e 2 a 0 em 1962.
Nos últimos anos, o México resolveu incomodar. Os dois times se cruzaram em 11 ocasiões neste século, com seis vitórias dos norte-americanos, dois empates e três placares positivos dos brasileiros. O rival impôs derrotas marcantes aos pentacampeões.
Na decisão da Copa das Confederações de 1999, fez 4 a 3 no Estádio Azteca. Os mexicanos também surpreenderam os canarinhos nas Copas América de 2001 e 2007. Isso sem contar a Olimpíada de Londres, em 2012, quando as duas seleções fizeram a decisão da medalha de ouro.
“Fico triste de ter perdido (2 a 1) aquele jogo para o México. Era uma medalha de ouro que o Brasil nunca conquistou e perdemos na final. Sabemos que eles são muito bom. Sempre trouxe dificuldades”, se lembra Oscar, que atuou na capital inglesa, no lendário Estádio de Wembley, ao lado de Neymar, Marcelo, Thiago Silva e Hulk.