O governo brasileiro enviou no fim de semana 20 mil centímetros quadrados de pele humana ao Peru. Os tecidos vão ajudar no tratamento de queimaduras graves em crianças e adultos, após um acidente com caminhão de gás, nesta quinta-feira (23), que deixou cerca de 50 pessoas feridas em Lima, capital peruana.
“Os países precisam se colocar à disposição em tragédias como essa. Ajudar nosso vizinho peruano não é somente um ato de solidariedade, mas também de empatia”, afirma o Ministro da Saúde em exercício, João Gabbardo.
Atualmente, o Brasil possui quatro bancos de pele localizados nos estados do Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Em todos eles há estoque suficiente para atender as possíveis demandas brasileiras.
A pele humana é utilizada como um curativo biológico para pacientes que sofreram graves queimaduras. No início do tratamento, é retirada a pele queimada e transplantada a pele doada em substituição aos tecidos carbonizados e mortos. É considerada a melhor opção terapêutica nesses casos por reduzir infecções e dores, além de acelerar a recuperação e, assim, diminuir o tempo de internação do paciente.
O material é proveniente de doadores e costuma ser retirado do dorso das coxas, braços e costas após confirmação de morte cerebral, como ocorre em doações de órgãos.
Em 2018, foram utilizados no Brasil 83.559 cm² de pele humana.