Brasil registra aumento do consumo do café

Jornal O Norte
05/03/2008 às 17:41.
Atualizado em 15/11/2021 às 07:27

O consumo interno brasileiro de café continua crescendo de forma acentuada. No período compreendido entre Novembro de 2006 e Outubro de 2007, a ABIC registrou o consumo de 17,1 milhões de sacas, isto representando um acréscimo de 4,74% em relação ao período anterior correspondente (Nov05 a Out/06), quando a demanda apurada havia sido de 16,3 milhões de sacas.

Já o consumo per capita foi de 5,53 kg de café em grão cru ou 4,42 kg de café torrado, quase 74 litros para cada brasileiro por ano, registrando uma evolução de 3,5% em relação ao período anterior (contra 4,5% na última apuração), o que confirma a constatação da pesquisa Interscience, de que os consumidores estão consumindo mais xícaras de café por dia.

Este resultado coloca o consumo por habitante/ano do Brasil (5,53 kg/hab/ano), em níveis muito semelhantes ao consumo de países como a Alemanha (5,86 kg/hab/ano), a França (5,07 kg/hab/ano) e a Itália (5,63 kg/hab/ano), que estão entre aqueles que apresentam o maior consumo per capita em todo o mundo, segundo dados da OIC - Organização Internacional do Café.

No Brasil, o consumo interno evoluiu 24,8% desde 2003, de 13,7 milhões de sacas para os atuais 17,1 milhões. O mercado brasileiro também representa 14% da demanda mundial, e 32% do consumo de toda a Europa, incluindo-se os países do leste europeu. Continuamos a representar mais de 50% de todo o consumo interno conjunto dos países produtores de café.

Neste ano, novamente, quinta vez consecutiva, a ABIC considerou que o crescimento das. Empresas não associadas e informais foi menor (2,85%) do que o das empresas associadas (5,63%). A pesquisa atribui para essas empresas, uma variação igual à metade do crescimento do PIB nacional. Esta hipótese é favorável à confiabilidade dos dados, uma vez que traz o numero final para valores menores.

A importância do consumo interno na produção cafeeira brasileira

O resultado de 17,1 milhões de sacas representou 50.8% da safra colhida em 2007, que foi de 33,7 milhões de sacas segundo a CONAB. O montante está, também, muito próximo das previsões e expectativas da ABIC para 2007, que era de 17,4 milhões de sacas.

Para 2008, o crescimento do consumo interno acrescido das exportações em torno de 28 milhões de sacas, resultará numa demanda total de quase 46 milhões de sacas. Com isto, mesmo considerando-se uma nova safra 2007/2008 de grande volume, a ABIC entende que não haverá excedentes do grão, principalmente, porque os estoques físicos até Março/2008 estarão nos menores níveis das últimas décadas. Não se justificariam, portanto, medidas que resultem na restrição da oferta de café ao mercado.

A ABIC continuará perseguindo a meta de atingir 21 milhões de sacas no ano 2010. Para tanto, o consumo interno deverá crescer 6%, em média, ao ano, incorporando mais de 1,1 milhão de sacas a cada 12 meses. Nos próximos anos, a entidade pretende incrementar e consolidar o mercado de cafés Superiores, Gourmet e Especiais, buscando atender uma demanda cada vez mais evidente entre consumidores brasileiros, mesmo para estes produtos com maior valor agregado. Para tanto, a ABIC, em 2007, ampliou o leque de seus programas de qualidade e certificação, para permitir aos industriais uma inserção mais segura nestes segmentos de produtos diferenciados.

O Brasil, com este resultado, mantém uma posição importante no cenário mundial do agronegócio café, por ser um dos países onde o consumo interno mais cresce semelhantes aos do Brasil. Esta é uma das maneiras mais efetivas de dar sustentabilidade à cafeicultura mundial, não permitindo, dessa forma, a existência de excedentes do grão tal que a sua cotação possa cair a valores que não remunerem adequadamente os agentes da cadeia produtiva. (com informações ABIC)

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