Brasileiros relatam o caos à espera do furacão Sandy em Nova York

Cristina Barroca* - Do Portal HD
29/10/2012 às 17:03.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:40

(Solange Leonel)

Em Nova York, a espera pelo furacão Sandy incluiu fortes recomendações para que os cidadãos evitassem sair de casa e estocassem suprimentos.
 
Mineira de Belo Horizonte, Aline Costa, 23 anos, está na cidade e não consegue embarcar para um evento marcado na Flórida. Hospedada na casa de amigos, ela diz que não pode ir para a rua e tem procurado seguir as recomendações das autoridades. "Nunca vivi isso antes. Nada se compara ao Brasil! A recomendação é não sair de casa e estocar água e lanternas, pois a luz pode acabar a qualquer minuto."
 
Aline também contou que algumas casas próximas a que ela está hospedada precisaram ser evacuadas, pois são áreas de risco, próximas ao mar. "O vento é muito forte e chove bastante também", acrescentou.
 
Solange Leonel, 33 anos, doutoranda em economia na UFMG e pesquisadora visitante na Columbia University, está em Nova York desde o início de setembro e no segundo mês já enfrenta o furacão Sandy. Em seu blog a também mineira de Belo Horizonte contou que por recomendação das autoridades tentou armazenar alimentos e água, mas enfrentou "longas filas e gondolas vazias" nos supermercados. Teve dificuldades em encontrar água. Solange diz está tranquila no momento e que "o pior está sendo esperado para a noite".
 
Em visita à cidade, a analista de controladoria Paula Bogar, 29, de São Paulo, conta que teve dificuldades para encontrar comida, que ela pretendia comprar e estocar para os próximos dias.
 
"Está ventando muito. Todos os restaurantes estão fechados e só passam alguns poucos táxis." Hospedada em um albergue, na rua 63, ela conta que só saiu para tomar um café e que só conseguiu comprar comida numa farmácia. "Como não tem geladeira nem micro-ondas aqui, o jeito foi comprar biscoitos e frutas para passar esse período", disse.
 
O furacão Sandy ainda a obrigará a permanecer dois dias além do previsto na cidade. Ela diz que não recebeu da companhia aérea United Airlines ajuda para as despesas extras desse período. Ela voltaria na noite desta segunda-feira (29), mas teve o voo cancelado. "Tive de entrar em contato com eles e esperei na linha por uma hora e meia. Fui colocada em um voo da TAM na quarta de manhã, mas não vou ter reembolso."
 
Bogar afirmou que pagou o albergue até quinta-feira, porque espera novos adiamentos devido ao mau tempo.
Esta é a segunda vez que viaja à cidade norte-americana e disse nunca ter passado por uma situação como essa em outras viagens. "Foi a primeira vez e última, espero."
 
Furacão

 
Em toda a costa leste americana, cerca de 7.400 voos domésticos e internacionais foram cancelados. A previsão é de que o tráfego aéreo seja afetado até quarta-feira (31).
 
Cerca de 375 mil tiveram de ser retiradas de áreas costeiras de Nova York, incluindo Coney Island, Red Hook, Rockaway Beach e quase toda a costa de Staten Island. Essas pessoas foram levadas a mais de 70 abrigos que foram improvisados em prédios de escolas públicas.
 
O furacão Sandy alcançou categoria um na escala Saffir-Simpson, que vai até cinco. Antes de chegar aos EUA, ele passou pelo Caribe, onde provocou 66 mortes no Haiti, Cuba, República Dominicana, Jamaica e Bahamas. Os ventos estavam a 140 km/h na manhã desta segunda-feira, a 615 km da cidade de Nova York.
 
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, alertou a população sobre o furacão Sandy: "é uma tempestade séria e grande". Ele pediu aos moradores da Costa Leste do país que sigam as ordens das autoridades para se protegerem.

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