Cachaça de qualidade ganha gosto do mercado

Jornal O Norte
07/12/2007 às 11:04.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:25

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

Hoje a diversidade de sabores de cachaça é infindável. Mas o que os produtores de cachaça têm que comemorar são a aceitação e facilidade encontrada no mercado. Depois que as famosas águas ardentes obtiveram o selo de certificação, muitos países tomaram conhecimento de que o Norte de Minas é especialista na arte de produzir de cachaça de qualidade.

Conforme informou o Sebrae, foram mineiras as duas primeiras cachaças artesanais certificadas no Projeto de fortalecimento da participação das micro e pequenas empresas no Sistema brasileiro de avaliação de conformidade - Setor Cachaça em 2006, e neste ano a possibilidade de voltar a ganhar é favorável.




Para se ter uma cachaça top os produtores apostam


em novas tecnologias


O programa voltado para a certificação da bebida é resultado de parceria firmada, em junho de 2005, entre Sebrae, Inmetro- Instituto nacional de metrologia, normalização e qualidade industrial e entidades representativas do setor nos Estados de Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Sul.

No Norte de Minas a produção de cachaça está em franco desenvolvimento com tendências a chegar a todas as praças do Brasil. Em Salinas, todos os anos, se realiza o festival mundial da cachaça, onde vários produtores e interessados no ramo se satisfazem ao se deliciarem da fartura de água ardente da região.

Há cachaças de renome, no mercado interno e externo, como a Havana que já caiu na graça do consumidor. Os norte-mineiros têm se aprimorado e trabalhado para alcançar a qualidade de seus produtos. Seja nos municípios de Salinas, Montes Claros, Januária, Varzelândia ou em qualquer outro onde se produza água-ardente, o negócio é produz com qualidade.

Na região há vários produtores que têm sucesso na fabricação de cachaça. Hoje em muitas propriedades a tecnologia é que tem sido a marca do desenvolvimento. Muitos agroempreendedores apostam em sistemas sofisticados de softwares para reger todos os passos do manejo da produção.

Para o produtor Rodolfo Rebelo é preciso haver planejamento estratégico para gerir a propriedade, além de definir onde quer chegar com suas produções. Hoje, esse produtor trabalha com selo de origem e com fruta com rastreabilidade exigida pelo Carrefour, com quem mantém negócios, bem como com a empresa Pão de açúcar delivery.

- O Estado de São Paulo é o lugar onde se concentra o maior número delas. Em Montes Claros existem cerca de três - afirma Roberto.

A cachaça Havana custa cerca de mil reais, sendo que por ocorrência de não registro da marca, a mesma Havana passou a se chamar Anísio Santiago. O diferencial está apenas no preço, segundo afirma Roberto Santiago, neto de Anízio Santiago, proprietário da Havana e outras marcas. Segundo ele, pode-se dizer que a cachaça cresceu junto com o Brasil, já que os escravos trouxeram-na em 1530.

Num primeiro momento, mesmo com os portugueses apreciando essa bebida popular entre os negros, de maneira tímida, não foi possível proibir definitivamente sua circulação nas cortes, graças ao seu sabor. A evolução da cachaça se dá até hoje de acordo com os caminhos desenvolvimentistas que o Brasil toma. Os dados confirmam que, a cada ano, é crescente o número de cachaçarias no país.

- A Anísio Santiago custa de R$ 200 a R$ 250 e tem o mesmo sabor - garantem.

Vale lembrar que as marcas Prosa & Viola (envelhecida em tonéis de carvalho) e Terra de Minas (branca), produzidas por José Antônio de Freitas Souza, na fazenda Alvorada, na pequena Morro da Garça (MG), são as duas primeiras cachaças atendidas no âmbito do projeto que receberam o certificado do Inmetro.

- Nossa expectativa é que este selo de qualidade amplie os horizontes para as duas cachaças que produzimos - diz Daniela Vilaça, filha do produtor e gerente de vendas da empresa que leva o nome de uma das marcas, Prosa & Viola.

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