Café surge como alternativa de renda ao produtor norte-mineiro

Jornal O Norte
05/12/2007 às 12:07.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:25

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

Com a produção de café em alta, em boa parte das regiões produtoras, os pequenos agricultores do Projeto Jaíba esperam bons resultados. Mas alguns cafeicultores não tiveram boas safras nessa colheita.

Conforme noticiou o diário do comércio, cerca de 20% dos grãos foram colhidos nos cafezais no início do segundo semestre em todo o Estado e os demais 5% em setembro, segundo o assessor técnico da Faemg- federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais, Rodrigo de Almeida Pontes. Este ano, a colheita se adiantou devido ao clima que colaborou de forma positiva e também pela produção ser inferior à da safra 2006/2007, disse.

Devido à bianualidade da cultura, a produção desta safra é 33% menor que a da safra 2006/2007, e as avaliações do setor apontavam que a diminuição da oferta de grãos no mercado poderia se refletir em aumento dos preços para o setor produtivo. O fato ocorreu, mas não com expressiva elevação.

A cotação da saca de café, hoje, está entre R$ 255 a R$ 260, valor que é 11% superior ao verificado em igual período do exercício anterior. O percentual de aumento dos preços neste ano, ante 2006, não correspondeu às expectativas do setor, que esperava reajustes positivos associados também à adequação aos índices de crescimento dos custos de produção, de acordo com o técnico da Faemg.

O custo de produção nos cafezais mineiros está em cerca de R$ 300 (média apurada entre números divulgados por órgãos federais e cooperativas do setor no Estado), disse Pontes.

Já na região, o café no Jaíba significa alternativa de renda ao pequeno produtor e emprego o ano inteiro para mulheres, homens e idosos, conforme a Ibá - Agroindustrial. Atualmente mais de 30 sócios entraram no negócio se dispondo a cuidar do cafezal diariamente, deixando-o bem capinado entre outros cuidados necessários ao bom andamento da produção. Outros pequenos produtores já se mostraram atraídos pelo plantio de café e a associação, antes com nove sócios, deve chegar aos 40, ao que tudo indica.

Há ainda um produtor que plantou uma média de 370 mil mudas e acredita que com os bons resultados da cotação do café no mercado e a produtividade acelerada no Jaíba, o comércio seja favorável.

IDÉIA EMPREENDEDORA

No ano passado pequenos produtores em parceria com a Ibá resolveram plantar café. Essa idéia foi dando certo e hoje mais de 40 produtores estão trabalhando com essa parceria. O mais interessante é que eles não deixaram suas outras atividades como criar peixes nos canais e nem mesmo plantar outras lavouras. Em alguns casos, até plantam sementes.

O sócio-gerente da Ibá, Eduardo César Rebelo informou que o café tem um melhor crescimento no Norte de Minas, especialmente no Jaíba, por ser irrigado e porque o clima favorece. Ele que também cultiva o grão no Sul de Minas diz que é possível notar que enquanto a produção cresce em 2,5 anos no Sul de Minas, no Norte de Minas produz em 18 meses, o que significa lucros e aumento na produtividade em menos tempo. Isso porque, defende Eduardo, a planta cresce durante todo o ano no Jaíba.

O plantio feito em fevereiro de 2006 teve sua primeira cata em abril de 2007 e a primeira safra se dará em abril de 2008. A expectativa é que se tire de 75 a 80 sacas de café por hectare, tendo como base as três últimas colheitas da fazenda São Tomé, em Pirapora, que tirou essa média de sacas.

Na década de 80, os cafeicultores chegaram a vender a saca do café ao preço de 100 salários mínimos, caso atípico, mesmo porque, o que se busca hoje no mercado é estabilidade conta Eduardo.

O café nacional é consumido no Japão, Finlândia, Dinamarca, entre outros, e tem qualidade e sabor aprovados no mercado externo. Especialistas acreditam que nos próximos anos é possível que o Brasil, maior produtor de café do mundo e o segundo maior consumidor no ranking, atrás apenas dos Estados Unidos, deva ganhar mais espaço e se estabelecer no mercado com força total.

SAFRA 2007/2008

A colheita de café da safra brasileira 2007/08 está em 94% do total a ser produzido, até o dia 21.  O diário ainda informou que o número faz parte do levantamento semanal de Safras & Mercado para a evolução da colheita da safra nova. Os trabalhos mostram-se muito adiantados em relação a igual período do ano passado, quando 84% da safra 2006/07 estava colhida nesta época. Tomando por base a estimativa de safras para a produção de café do Brasil em 2007/08, de 36,5 milhões de sacas de 60 quilos, é apontado que foram colhidas 34,21 milhões de sacas.

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