
Mesmo após a prisão do vereador Wellington Magalhães (PSDC) na noite de terça-feira (24), a Câmara Municipal de Belo Horizonte ainda não foi notificada pela Justiça sobre a investigação em torno do parlamentar. Desse modo, o processo de afastamento do vereador e o chamamento do suplente, Dimas da Ambulância (PTN), não puderam ser realizados.
“Enquanto não houver notificação da justiça, estou com mãos e pés atados”, diz o presidente da Câmara, Henrique Braga (PSDB). Quando o documento judicial chegar até o legislativo municipal, o mandato de Magalhães deverá ser suspenso em até 48 horas. Somente após a notificação, os vereadores poderão conversar sobre um possível processo de cassação.
Mesmo com o afastamento, o vereador preso continuará recebendo salário mensal de R$ 16 mil, valor que só deixaria de ser pago com a perda do mandato. Magalhães só poderá perder o cargo caso haja uma condenação com trânsito em julgado – quando não há mais chance de recursos – ou sofra um processo de cassação no legislativo municipal. Já os funcionários do gabinete dele deixarão de trabalhar na Câmara assim que houver a oficialização do afastamento, pois deverão dar espaço para a equipe de Dimas da Ambulância.
Investigado
O vereador Wellington Magalhães foi transferido para a Penitenciária Máxima Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, após se entregar à polícia. Ele ficou foragido por uma semana. O político é investigado em 45 inquéritos do Ministério Público, um deles por tráfico de drogas.
Do total de 45 processos em que o vereador é investigado, apenas dois deram origem a pedido de prisão, fruto da operação “Sordium Publicae”, deflagrada na última quarta-feira (18). Conforme o Ministério Público, foram desviados R$ 30 milhões em contratos de publicidade na Câmara enquanto Magalhães esteve à frente da presidência da Casa.
Além de Magalhães, a Justiça autorizou a prisão de oito pessoas, incluindo a esposa de Magalhães, Kelly. Ela chegou a ser presa, mas já deixou a prisão devido a habeas corpus.
O vereador tinha como fonte de renda declarada, conforme as investigações, o salário na Câmara, de cerca de R$ 16 mil, mas acumulou patrimônio de R$ 4,6 milhões. Entre os bens dele estão uma mansão às margens da Lagoa da Pampulha, orçada em R$ 2,9 milhões, vários carros importados de luxo e imóveis na Região Metropolitana.