O automático tradicional não: no lugar da embreagem, tem um conversor de torque. Mas, o câmbio automatizado, que surgiu recentemente, tem embreagem, exatamente como numa caixa manual.

A semelhança entre os dois câmbios é que o motorista não tem, em nenhum deles, o pedal da embreagem nem que usar a alavanca para trocar de marcha. Mas para por aí: no automatizado, o câmbio é rigorosamente idêntico ao manual, porém todo operado por computador. São comandos elétricos ou hidráulicos que atuam como se fossem um “pezinho” oculto para acionar a embreagem e uma “mãozinha” oculta para passar as marchas. Ele tem diversas denominações comerciais: Dualogic na Fiat, i-Motion na VW, Easytronic na GM, Easy-R na Renault. Neles, a desvantagem é que a passagem de marcha não é tão suave como no automático tradicional. Em compensação, ao invés de aumentar consumo, diminuem. Além de custarem menos e serem mais leves.

Mas, é comum o dono de carro com câmbio automatizado reclamar que a oficina da concessionária está querendo enganá-lo com a “conversa fiada” de trocar a embreagem. Mas, quem provavelmente o enganou deve ter sido o vendedor que não explicou – como deveria – ao comprar o carro, que o câmbio não é automático (sem embreagem) mas automatizado. E, numa revisão, a oficina pode ter que substituir os componentes do sistema de embreagem, que se desgastam: disco, chapa de pressão e rolamento.

Além de passar as marchas mais suavemente, outra vantagem do câmbio automático convencional é não exigir substituição periódica de seus componentes. Nem do conversor de torque (que faz o papel de embreagem) que pode durar centenas de milhares de quilômetros.

Existe um outro câmbio “automático”, com passagem suave de marchas, mas que é também automatizado, com duas em vez de uma embreagem: é chamado de caixa de dupla embreagem e tem o nome de DSG dos carros Volkswagen e Audi, ou Powershift da Ford. O DSG funciona bem, o Powershift deu tanta dor de cabeça que a Ford desistiu de fabricá-lo.