Caminhões parados ressaltam mais problemas brasileiros

02/07/2013 às 06:34.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:40

O Brasil despertou das comemorações do tetracampeonato da Copa das Confederações com mais problemas à frente. O pior é a paralisação das principais rodovias por caminhoneiros, num país em que boa parte de sua produção flui através delas. Isso ressalta, novamente, o desacerto de não termos investido mais, ao longo de dezenas de anos, nos transportes ferroviário, fluvial e de cabotagem, bem mais competitivos.

Os caminhoneiros exigem, principalmente, subsídios para o óleo diesel e redução dos pedágios. São reivindicações justas, tendo em vista o pouco que eles lucram com o frete que, em geral, é contido pela alta concorrência no setor e também pelo controle exercido pelas grandes transportadoras que contratam o serviço dos caminhoneiros autônomos – ou seja, aqueles que são donos dos caminhões que dirigem.

Mas o governo, endividado e obrigado a pagar juros elevados para rolar sua dívida, não tem muito espaço para subsidiar óleo diesel, logo agora que o dólar vem se valorizando e a Petrobras tem que importar cerca de 200 mil barris de diesel por dia para garantir o abastecimento interno. Segunda (1º), o Ministério do Desenvolvimento revelou que o saldo comercial brasileiro ficou negativo no primeiro semestre. O país importou US$ 3 bilhões mais do que exportou – o pior resultado desde 1995. No primeiro semestre do ano passado, o saldo ficara positivo em US$ 7,1 bilhões. A conta piorou por causa do registro em atraso, neste ano, de US$ 4,5 bilhões em importações de combustível feitas pela Petrobras no ano passado e, também, da queda nas vendas de commodities importantes, como petróleo.

Apesar dos problemas dos últimos dias, o Brasil continua melhor na questão do emprego do que os 17 países europeus que adotaram o euro como moeda comum. Segunda, a agência de estatísticas Eurostat revelou que em maio o desemprego nesses países atingiu a marca recorde de 12,1%, em média. Na Espanha, porém, a taxa chegou a 26,9%. Só em maio, 60 mil jovens espanhóis com menos de 25 anos de idade ficaram desempregados. Entre os jovens, o índice de desemprego é de 56,5% na Espanha e de 42,1% em Portugal. No Brasil, têm sido os jovens os que mais protestam, mas não por causa do desemprego.

Como previsto, não foi apenas a presidente Dilma Rousseff quem perdeu popularidade com essas manifestações que começaram em São Paulo e se alastraram pelo país, como mostrou nova pesquisa Datafolha realizada em São Paulo e no Rio de Janeiro.
 

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