Candidata Áurea Carolina defende auxílio de R$ 600 ao mês para famílias carentes da capital

Evaldo Magalhães e Rodrigo Gini
primeiroplano@hojeemdia.com.br
06/10/2020 às 20:29.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:43

(Tamás Bodolay/.DIVULGAÇÃO)

Um programa municipal de renda solidária para famílias carentes que impactaria em 2% no orçamento e seria financiado em parte pelo aumento da tributação dos mais ricos é uma das propostas de campanha da deputada federal Áurea Carolina (PSOL). Primeira entrevistada na série de lives do Hoje em Dia com os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte, ela falou ainda sobre as questões da moradia, das chuvas em BH e do apoio à população de rua. Hoje, às 15h30, será a vez do deputado estadual Bruno Engler, do PRTB.

Segundo a parlamentar, eleita vereadora da capital em 2016 com a maior votação, a ideia é garantir que nenhuma família na cidade tenha renda inferior a R$ 600. Ela ressalta que a medida não traria impactos à classe média, mas que seria custeada com ajustes na cobrança do IPTU, por exemplo. “Hoje as pessoas têm que escolher se pagam uma conta ou se põem a comida na mesa. É necessário corrigir distorções, como no caso do Imposto sobre Serviços, além de deixar de ter gastos desnecessários, como a publicidade governamental”, explica. 

Áurea destacou que sua prioridade é uma agenda de transformação a partir do enfrentamento as desigualdades sociais e econômicas na capital, ampliadas com o cenário da pandemia. O foco são os pequenos empreendedores e o favorecimento à criação de novos negócios, especialmente nas regiões periféricas da capital. “A questão econômica é prioritária, porque a recuperação econômica vai dar condições de as pessoas sobreviverem e superarem esse momento com o mínimo de dignidade. Temos um programa para simplificar o acesso de todas as pessoas que querem empreender, com menos burocracia, também favorecer os pequenos comércios na periferia, apoiar os que querem empreender nos territórios, porque isso traz um ganho na mobilidade urbana, na qualidade de vida e na saúde”.

Outra proposta é uma política de geração de moradias para a população em situação de rua, aproveitando imóveis ociosos em regiões como o Centro . “Também pretendemos fortalecer a política de assistência social a essa população em condição mais vulnerável”.

Sobre o problema crescente com as inundações, a candidata defende uma mudança no modelo usado desde a criação de Belo Horizonte, que levou à canalização de cursos d’água. “Temos que rever o modelo que prevaleceu desde a fundação de BH, com a canalização dos córregos. Esse modelo de sair concretando tudo e cimentando tudo deu no que deu. Ao invés de continuar investindo nesse modelo que só deu errado, temos que modificar esse cenário. Nossa política para enfrentar com as enchentes é a de criar áreas de captação de água por toda a cidade, para evitar seu acúmulo. Valorizar os parques e áreas verdes, tornar a cidade mais permeável. Não precisamos fazer grandes obras”.

Ela criticou ainda o anúncio de que a verba para a construção da Linha 2 do Metrô está garantida. “O dinheiro da indenização paga pela Ferrovia Centro-Atlântica à União não é destinado automaticamente a BH, mas tem de passar pela inclusão no Orçamento Federal”. E disse que a expectativa do governo estadual de conceder à iniciativa privada a operação dos trens criaria cenário semelhante ao visto na questão dos ônibus. “Nós sabemos no que vai dar. A maior parceria público-privada de BH é a dos ônibus, na pandemia os empresários do setor fizeram o que quiseram, reduziram os horários, provocaram aglomerações, foram multados e não pagaram um centavo à Prefeitura. Vamos devolver a política de transporte coletivo para as mãos da população de BH”, garantiu.

Com 36 anos, graduada em Ciências Sociais com mestrado em Ciência Política pela UFMG, Áurea Carolina fez questão de se apresentar como “Mãe do Jorge, criada no Bairro João Pinheiro, com formação nos movimentos populares, especialmente de igualdade social e direitos das mulheres”. Destacou ainda a Gabinetona, mandato coletivo que ajudou a criar na Câmara de BH e que hoje está representado também na Assembleia Legislativa (pela deputada Andréia de Jesus) e por ela na Câmara dos Deputados. Sua chapa conta com a participação da UP (que indicou o candidato a vice, Leonardo Péricles) e do PCB.




 

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