Candidato de centro surpreende em eleições na Costa Rica

María Isabel Sánchez - AFP
Publicado em 03/02/2014 às 10:25.Atualizado em 20/11/2021 às 15:45.

SAN JOSE - O candidato presidencial de centro Luis Guillermo Solís disputará em abril o segundo turno pela presidência da Costa Rica contra o governista de direita Johnny Araya, depois de surpreender no domingo em eleições que acabaram com a ilusão da esquerda de alcançar o poder.

Solís, um historiador de 55 anos, candidato do Partido Ação Cidadã (PAC), não apenas passou ao segundo turno, mas também superou o candidato do governante Partido Libertação Nacional (PLN), por 30,8%, contra 29,6%, depois da apuração de 79,5% dos votos, segundo o Supremo Tribunal Eleitoral.

"Governaremos, governaremos a Costa Rica. Nem um passo atrás, apenas para frente (...) vamos vencer porque somos um povo que decidiu mudar", declarou um eufórico Solís em um palco instalado em sua sede de campanha, no leste de San José, diante de milhares de seguidores que o aplaudiam e carregavam bandeiras com as cores vermelha e amarela do PAC.

Pouco antes, Araya, ex-prefeito da capital de 56 anos, que desde cedo havia se apresentado como vitorioso, reconheceu que deverá enfrentar Solís no segundo turno, contra as previsões de todas as pesquisas, que apontavam o esquerdista José María Villalta como seu principal rival.

"Não há dúvidas de que o resultado eleitoral nos mostra que ainda não demos sinais suficientemente claros ao povo de que nós queremos retificar, que queremos uma mudança responsável na Costa Rica", declarou Araya, referindo-se ao fato de ter sido afetado pelo desgaste de oito anos de governo do PLN e, sobretudo, pela impopularidade da presidente Laura Chinchilla.

Embora o Supremo Tribunal Eleitoral (TSE) não tenha proclamado vencedores, os resultados são irreversíveis e, devido ao fato de nenhum candidato ter conquistado o mínimo de 40% dos votos válidos, deverão disputar o segundo turno no dia 6 de abril.

Considerado o governo mais impopular dos últimos 20 anos, a gestão de Chinchilla deixa o país com um déficit fiscal de 5,4%, uma dívida pública de 50% do PIB e o primeiro lugar na América Latina em crescimento da desigualdade em 2013.

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