Cardápio variado; pelo menos 13 pré-candidatos estão no páreo na sucessão municipal em BH

Tatiana Lagôa e Felipe Motta
primeiroplano@hojeemdia.com.br
03/08/2016 às 22:25.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:09
 (Editoria de arte)

(Editoria de arte)


Não bastasse o contexto de mudanças nas regras das eleições municipais, que confundem até mesmo os marqueteiros e políticos mais experientes, a campanha em Belo Horizonte ainda tem um número inédito de candidatos. Entre a noite de terça-feira e ontem dois bateram o martelo quanto à entrada na disputa: Délio Malheiros (PSD) e Sargento Rodrigues (PDT). Agora, são pelo menos 13 na corrida para ocupar a cadeira do Executivo na capital. Haja fôlego na busca por apoios e tempo de televisão.

O atual vice-prefeito, Délio Malheiros, tinha sua candidatura incerta, já que seu partido era um dos mais cobiçados dentre os demais para ocupar o cargo de vice. Mas ele viabilizou a candidatura graças à chancela do presidente nacional do partido, o ministro das Cidades, Gilberto Kassab. <TB>
Na manhã de ontem, Kassab assinou uma resolução que determina a candidatura própria da legenda em Belo Horizonte como forma de fortalecer a imagem da sigla.


Dificuldades
Para o candidato, a maior dificuldade nessas eleições é financeira. É pouco recurso e apenas 45 dias para ganhar o eleitorado. Mesmo assim, ele está confiante. “Sou conhecido, tenho o lado técnico e político. Além disso, tenho um tempo considerável de televisão”, afirma. O PSD tem garantido um minuto e meio e, com a possível parceria, em fechamento, com o partido Solidariedade, somaria outros 40 segundos.

PDT
No caso do Sargento Rodrigues, a candidatura esteve ameaçada na convenção, ocorrida no último domingo. Na ocasião, o único vereador do partido na capital, Bruno Miranda, se declarou como vice na chapa do PSB, encabeçada por Paulo Brant, afilhado político do atual prefeito, Marcio Lacerda.
A reversão do quadro se deu após o PTB, da vereadora Elaine Matozinhos, declarar apoio formal a Sargento Rodrigues. Na noite de terça-feira, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, deu o aval à candidatura e ontem o candidato oficializou a decisão. “O PTB que viabilizou nossa campanha porque nessas eleições tempo de televisão tem peso de ouro”, afirma Rodrigues.

Quadro incerto
Para Elaine, a corrida de fato está diferenciada neste ano. “Essa eleição é a mais inusitada de todas pelo número de candidatos. É bom para a população que tem mais opções. Mas é um quadro absolutamente incerto para todo mundo”, afirma. Além de Délio e Sargento Rodrigues, outros 11 políticos estão na disputa.
O presidente da Associação Brasileira de Consultores Políticos (ABCOP), Carlos Manhanelli, avalia que esse cenário reforça a candidatura do político da situação, Paulo Brant.

Divisão do bolo
“Mesmo no bolo da oposição tendo candidatos fortes como o João Leite (apoiado por Aécio Neves) quem gosta da atual administração vota no candidato da situação. O resto fica dividido entre todos os demais”, afirma.
O presidente do Sindicato das Agências de Propaganda do Estado de Minas Gerais (Sinapro-MG), André Lacerda, acredita que alguns candidatos deverão ficar no meio do caminho. “Alguns podem ter se candidatado para negociar espaço político quando desistirem de suas candidaturas”, afirma.

 Escassez de nomes faz do garimpo por candidato a vice outra dor de cabeça

Diante da grande variedade de candidaturas, encontrar um parceiro para assumir o posto de vice tem sido um grande desafio. Um dos nomes mais disputados, o da deputada federal Jô Moraes (PCdoB), foi apresentado para compor a aliança com o deputado federal Reginaldo Lopes (PT).
Sorte para o petista que, assim como o oponente do PSDB, João Leite (já fechado com Ronaldo Gontijo, do PPS), tem um problema a menos para resolver.

O PCdoB vinha sendo cobiçado por vários partidos. Nas últimas semanas, além do PT, os dirigentes locais da legenda chegaram a conversar, dentre outros, com a Rede, de Paulo Lamac, e o PMDB, de Rodrigo Pacheco.

De acordo com o presidente municipal do PCdoB, Zito Vieira, na decisão final, pesou a dificuldade se encontrar partidos para coligar, dentro do quadro extremamente fragmentado da disputa deste ano.

Também pesou na decisão, de acordo o Reginaldo, a composição nacional entre PCdoB e PT, em outras regiões do Brasil. Dentre as candidaturas lançadas em capitais, o PT é candidato a vice do PCdoB em cinco, com o inverso (o PT como vice do PCdoB) ocorrendo em outras sete cidades. De acordo com o pré-candidato, a proposta é que os dois tenham o mesmo protagonismo na campanha e no comando do Executivo, caso se elejam.
“Eu já tinha feito um convite a ela há um mês. E hoje Jô Moraes disse que, a partir do nossos programas, que traz ideias sobre questões raciais e de gênero, como ter paridade de homens e mulheres no governo, toparia compor”, diz o candidato.

Outros candidatos seguem na busca por um vice. Sargento Rodrigues (PDT), que chegou a negociar com Eros Biondini, pré-candidato pelo Pros, agora fechou aliança com o PTB. Ele afirma que o vice será um nome, dentre quatro em análise, do partido parceiro.

Já Délio Malheiros (PSD), que teve candidatura confirmada ontem, disse que está “garimpando um vice”. Existem conversas com o Solidariedade e uma possibilidade de indicação de um nome do próprio PSD.

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