O ex-ministro da Justiça e ex-advogado-geral da União José Eduardo Cardozo reafirmou, neste sábado (16), que as alegações finais de defesa da presidente afastada Dilma Rousseff, no que tange ao processo de impeachment, devem mesmo ser entregues no prazo final, 27 de julho.

"Acho difícil entregar antes do prazo porque é um trabalho exaustivo, de muitas páginas, de análises de muitos depoimentos e também das próprias análises finais da acusação", disse a jornalistas antes da abertura de painel de discussão sobre a crise política brasileira, promovido pela União Nacional dos Estudantes (UNE), em São Paulo.

Conforme Cardozo, o processo de impeachment está "contaminado por um componente político", com senadores, "não se importando
as provas", querendo o afastamento definitivo de Dilma. "Há certos senadores que estão indefinidos. Eu acredito, sinceramente, que são em relação a esses que eu acho que as provas e a demonstração cabal de inocência (da presidente afastada) podem pesar a favor", avaliou.

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Apesar do "componente político", Cardozo se disse confiante em relação ao julgamento por se tratar de um "caso com obviedade total de improcedência" das acusações. "Se fosse um processo realizado em condições normais, a absolvição já seria decretada agora", afirmou. A votação final do impeachment pelo Senado deve ocorrer na segunda quinzena de agosto.

Cardozo afirmou, ainda, que, caso seja aprovado o impeachment de Dilma, "pode haver discussão judicial" sobre o caso, mas ele não deu mais detalhes sobre como seria essa discussão. Além do ex-advogado-geral da União, o evento da UNE conta também com a participação do vice-presidente nacional do PDT, ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes.