RIO DE JANEIRO - A cantora Carmélia Alves, de 89 anos, conhecida como a Rainha do Baião, morreu na noite de sábado (3) por falência múltipla dos órgãos. A artista era portadora do Mal de Alzeheimer. Carmélia foi uma grande referência e um grande sucesso no ritmo do baião como foi Luiz Gonzaga, também no baião, e Ademilde Fonseca, no choro.
Para o historiador da Rádio Nacional do Rio e crítico musical, Osmar Frazão, a cantora foi uma grande representante da música brasileira não somente no Brasil como também no exterior. "A Carmélia Alves levou o baião para a Alemanha, México e diversos países, sempre com muito sucesso".
Nascida em Bangu, na zona oeste da capital fluminense, no dia 14 de fevereiro de 1923, Carmélia Alves surgiu no Programa do Casé, na Rádio Mayrink Veiga e, a partir daí, passou a substituir a cantora Carmem Miranda, que estava indo para os Estados Unidos. Carmélia também era contratada para atuar no Hotel Copacabana Palace, onde só se apresentavam artistas de destaque.
Em 1950, na época de ouro do rádio, a cantora foi contratada para o elenco de artistas da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, onde se apresentava na programação e todas as tardes de sábado, no Programa César de Alencar, considerado um dos maiores comunicadores de rádio de todos os tempos.
Carmélia Alves numa de suas viagens a trabalho para o Recife, descobriu o músico e sanfoneiro Sivuca, em 1951, na Rádio Jornal do Comércio, e o trouxe para o Rio de Janeiro. O historiador Frazão diz que "[a morte de] Carmélia Alves foi uma grande perda para a música popular brasileira”. Entre seus maiores sucessos, destacam-se: Trepa no Coqueiro, Sabiá na Gaiola , Esta Noite Serenou e Me Leva, este fazendo dueto com Ivon Curi.
O corpo de Carmélia Alves será velado no Retiro dos Artistas, em Jacarepaguá, na manhã deste domingo (4) e o enterro ainda não tem hora e local definidos pela família.