Cartas na mesa: Diretor executivo e financeiro do Funorte, Cristiano Júnior, abre o jogo sobre o futuro do time

Jornal O Norte
27/12/2010 às 18:13.
Atualizado em 15/11/2021 às 06:48

Heberth Halley


Repórter

Em entrevista exclusiva a O Norte,  na tarde da última sexta-feira, o diretor executivo e financeiro do Funorte Esporte Clube, Cristiano Júnior falou sobre as perspectivas do Formigão para 2011. Entre outros assuntos, o diretor falou contratações, patrocínio, parcerias, campos para treinamentos, reforma do Cassimiro, vistoria do estádio, programa sócio-torcedor e, principalmente, sobre os desafios para manter o time na primeira divisão do campeonato mineiro. Confira:

- O Norte: Falta pouco mais de 30 dias para o início do Campeonato Mineiro da primeira divisão. A dúvida dos torcedores é se o estádio José Maria Melo ficará pronto para receber o Atlético na estreia da competição¸ dia 30 de janeiro.

- Cristiano Jr.: Nossa expectativa é que sim. O gramado já está bastante adiantado e a previsão do término das obras do gramado é no dia 15 de janeiro. As obras de alvenaria já começaram e deverão ser finalizadas entre os dias 15 e 20 de janeiro. A troca da iluminação terá início no dia 2 e em 15 dias deverá ser finalizada.


 


- E quanto às vistorias?

- O prazo marcado para a vistoria do estádio é no dia 15 de janeiro. Mas, na verdade, se não estiver pronto ainda, podemos pedir à FMF – Federação mineira de futebol para vir no dia em que os engenheiros derem o aval. Acredito que até no dia 20 de janeiro tudo esteja resolvido. Até mesmo porque o prazo exigido pela FMF é de 10 dias antes do jogo.

Foto: Jerúsia Arruda




- O Funorte já anunciou a contratação de alguns jogadores e a diretoria já disse que está em busca de outros nomes. É possível adiantar os nomes?

- Somos iguais à torcida: queremos um time bom e competitivo. Estamos buscando patrocínios e parceiros para contratar mais atletas. Até o momento, já contratamos o atacante Elbinho e o lateral direito Anderson Silveira, que já estão treinando com o grupo, além do zagueiro Binho, do meia-atacante Kleir e do atacante Simão, que chegam no dia 2. Os irmãos Hadames e o lateral direito Pavão foram liberados. Estamos fechando com outros atletas. Já está bastante encaminhada a contração do goleiro Felipe, do zagueiro Vinícius (ex-Villa Nova), do volante Serginho Mineiro (ex-Atlético/MG) e do meia-atacante argentino, Cristian Ortiz (ex-Cienciano do Peru, Caxias do Sul e São Bento/MG), além do volante Dudu Pará. Também estamos viabilizando a vinda de outros nomes como o do atacante Tiago Ponsani, o volante Luiz Henrique, o lateral esquerdo Caio Vilela e o zagueiro Diego Manfio.

- O atacante Dandão também é um reforço?

- O atacante Dandão já é do Funorte. Ele estava no Chipre e nos mandou um e-mail dizendo que queria voltar para o Brasil, principalmente para Montes Claros. Conversamos e acertamos a volta dele para a cidade depois de 14 anos. Faltava o acerto salarial, mas numa parceria com o empresário e presidente do Montes Claros Futebol Clube, Ville Mocelin, que irá arcar com o salário do jogador, está tudo definido. Dandão chega no dia 3 de janeiro em Montes Claros e já segue para Janaúba para a pré-temporada.

- Com estas contratações o grupo estaria fechado?

- Sim. Se fecharmos com esses 10 novos nomes, além dos jogadores que disputaram a Taça Minas Gerais e outros atletas do time júnior que serão aproveitados, este será o grupo que o treinador Wagner Oliveira irá trabalhar no campeonato mineiro.

- E quanto a Ualisson Mineiro e Stanley?

- Eles voltam de empréstimo após o vice-campeonato brasileiro da série C pelo Ituiutaba. Ualisson Mineiro já está treinando com o grupo. Ele tem proposta do Guarani de Campinas, mas o valor oferecido não nos agradou. Com isso vamos manter o atleta no grupo do mineiro. É um excelente jogador e sem dúvida vai ajudar muito o Funorte, além de se valorizar ainda mais. Já Stanley se reapresenta no dia 02 de janeiro.


 


- O Funorte tem dificuldade em conseguir espaços para treinar?

- Sim. Fizemos visitas na Vallée, AABB, Max Min, Pentáurea, Unimontes, Exército e Liga, afim de liberar os campos para treinamento. Somente a AABB, Exército e Liga liberaram seus campos a partir de janeiro. Encontramos várias dificuldades para encontrar parceiros para nos ceder espaço. Isso mostra que o campo da gente, mais uma vez, passa a ser um adversário.

- E a situação do patrocínio do time?

- Temos uma dificuldade muito grande do empresariado de Montes Claros em apoiar o esporte. Os empresários da cidade ainda não se tocaram que apoiar o esporte é uma mídia espontânea e que fideliza os clientes. Poderíamos criar opções para o torcedor para que eles adquirissem produtos do patrocinador. Estamos bem adiantados com o Banco BMG e com o Grupo Vitória da União empreendimento imobiliário. Com esses apoios, além do apoio do Grupo Soebras e da verba de patrocínio da TV Globo, daria para viabilizar os recursos do campeonato mineiro.

- O Funorte tem outros parceiros?

- Alguns. São parceiros que entram com permuta de alimentação, transporte, hotel, vestiários, roupas de cama, plano de saúde, entre outros. Um grande exemplo é a Transnorte que sempre apoiou o Funorte com o transporte para as viagens. Temos ainda parceiros como a Unimed, Supermercado BH, Centro Odontológico Luiz Manna, Jac´s Fast Food, Brasnica, Clínica Cardiológica, entre outros.


 


- Já estão definidos os ingressos da primeira divisão?

- Para o jogo contra o Atlético o ingresso será R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada). Nos outros jogos R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada). Vamos apresentar ao torcedor um programa de sócio-torcedor, o que irá facilitar a compra de ingressos e acesso aos jogos. O passaporte será de R$ 250 para os cinco jogos em casa, sendo que o torcedor terá direito a dois ingressos a cada jogo e uma camisa do Funorte de 2011.

- O Funorte chegou à primeira divisão do Campeonato Mineiro em menos de três anos. Como foi essa trajetória?

- Cansativa, mas prazerosa. Foi uma iniciativa através dos professores e acadêmicos do curso de Educação Física da Funorte, e do sonho do professor Ruy Muniz, que era montar uma equipe de futebol profissional da cidade. Com um trabalho árduo e eficaz, tornamos um time universitário em um time profissional da primeira divisão do campeonato mineiro, em menos de três anos. Hoje o time é uma equipe que representa Montes Claros e região. Nesses três anos o Grupo Soebras arcou com todas as despesas e a gente sabe que futebol é caro e precisa de apoio e patrocínio. Na primeira divisão, ainda mais.

- Com o recurso e a estrutura que possui atualmente, o Funorte sobreviveria no Campeonato Mineiro?

- Não. Se não tiver apoio do empresariado e da torcida fica muito difícil manter o time. A tendência é cansar financeiramente como cansou o Montes Claros, Ateneu, São Pedro e Cassimiro. Mas não queremos que seja assim. Queremos permanecer com o time por muitos e muitos anos. Vamos buscar incansavelmente para fazer um time competitivo e aguerrido e que represente bem Montes Claros. Por isso, mais uma vez, pedimos o apoio das empresas para que acreditem no projeto do Formigão, invistam nele. Vamos escrever definitivamente o nome de Montes Claros na elite do futebol mineiro.

- Para finalizar, o que os torcedores podem esperar do Funorte em 2011?

- Podem esperar um grupo forte e de qualidade. O Funorte não terá jogador estrela, oba-oba, mas jogadores aguerridos, focados no objetivo que é manter-se na primeira divisão. Podem ter certeza que será um time de qualidade e competitivo.

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