Agência de inteligência norte-americanas acreditam, com "graus variáveis de confiança" que o regime do presidente sírio Bashar Assad usou armas químicas, dentre elas gás sarin, durante os confrontos da guerra civil no país. A informação foi passada pela Casa Branca a líderes do Congresso em carta enviada nesta quinta-feira.
A afirmação representa uma mudança na avaliação do governo de Barack Obama, que um dia antes, havia dito que as evidências sobre o uso de armas químicas na Síria não eram conclusivas.
Obama disse que o uso de armas químicas teria um grande efeito na posição dos Estados Unidos a respeito de uma intervenção na Síria. A carta ao Congresso reitera que o uso ou transferência de armas químicas na Síria é uma "linha vermelha" para os Estados Unidos. Porém, o documento destaca que uma ampla resposta norte-americana não é iminente.
O secretário de Defesa Chuck Hagel, que está em Abu Dabi, comentou a carta ao falar com jornalistas. "Precisamos de todos os fatos", disse ele. "Isso viola todas as convenções de guerra", afirmou. Não há informações públicas sobre a quantidade de agentes químicos usada, quando ou que tipo de danos provocou.
O diretor legislativo da Casa Branca, Miguel Rodriguez, que assinou a carta, escreveu que "como o presidente toma essa questão com muita seriedade, temos a obrigação de investigar totalmente qualquer evidência do uso de armas químicos no interior da Síria".
A carta foi enviada para os senadores John McCain (republicano, do Arizona) e Carl Levin (democrata, do Michigan). Segundo Rodriguez, a avaliação é baseada, em parte, em "amostras fisiológicas". Ele disse também que os Estados Unidos acreditam que o uso de tais armas tenha sido feito "pelo regime de Assad". Isso é consistente com a ideia de que os rebeldes sírios não têm acesso ao estoque de armas químicas da Síria.
Um importante funcionário de inteligência de Israel disse nesta semana que concluiu que a Síria usou armas químicas durante os dois anos de guerra civil no país, endossando acusações semelhantes feitas pela França e Reino Unido. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.
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