Ministro lamentou fake news envolvendo seu nome e corrida a medicamentos ainda em teste para a epidemia
Quase 40% de aumento em um dia, tanto no número de casos confirmados quanto no de mortes. A curva de contágio da Covid-19 segue ganhando inclinação como previa o Ministério da Saúde. Os números divulgados pelo ministro Luiz Henrique Mandetta neste domingo (22) revelam que 1.546 pessoas foram infectadas no país pelo novo coronavírus (418 a mais do que no balanço do sábado, ou 37%). E sete novas mortes (39% a mais), elevando o total para 25 em menos de um mês de registro da enfermidade no território brasileiro. O relatório confirmou os 83 casos notificados em Minas - o Sudeste concentra 59,9% das ocorrências
"Peço a todos que façam sua parte, se organizem, evitem as aglomerações, façam as coisas pela internet, até mesmo a novena é possível fazer via internet. Façamos as melhores opções. Com o tempo essa virose vai se apresentando e nós vamos conhecendo seu comportamento no país. Antes se imaginava que o vírus preferia o frio, mas parece que ele não respeita muito a temperatura. O que todos os países estão buscando é diminuir a curva de inclinação do contágio", destacou o ministro, que alertou para um áudio falso atribuído a ele com informações sobre a pandemia.
"Não estamos enfrentando apenas o vírus, mas também as fake news. Eu não gravo nenhum áudio, tudo o que eu falar será divulgado aqui, nas entrevistas. Os doentios das fake news gostam de se travestir da autoridade de alguém para assustar as pessoas", lamentou Mandetta. Ele também fez críticas às medidas tomadas por alguns prefeitos (com quem se reuniu por videoconferência) que, no seu entender, acabam não proporcionando o efeito desejado. "Muitas tomadas de decisão não guardam correlação com a realidade que a cidade está vivendo. Por exemplo, interromper o sistema de transporte quando os profissionais de saúde precisam dele. Interromper o tráfego, sendo que não vai chegar a peça à fábrica de ventiladores de respiração que trabalha 24 horas por dia para atender a demanda. A quarentena tem que ser muito bem estudada para evitar efeitos secundários ou terciários, é preciso que haja bom senso".
Alerta também para o perigo da corrida à automedicação com a Cloroquina/Hidroxicloroquina, medicamentos usados no combate à malária e para pacientes com doenças autoimunes. "Havia indícios já em fevereiro, e ainda há indícios, mas não se sabe ainda se o medicamento foi decisivo para a melhora dos pacientes testados. Pacientes que tem Lupus e artrite reumatóide estão desabastecidos, e o medicamento tem efeitos colaterais intensos. Não devem ficar em casa para serem tomados, os efeitos podem ser muito piores do que a doença respiratória".
Sobre o total de casos, o ministro considerou normais algumas divergências de números, já que os estados têm feito suas atualizações em horários distintos. "É comum que durante as horas seguintes os números aumentem".